Doutores da agonia

Eles utilizaram humanos como cobaias de pesquisas macabras. Agora estudos dizem que essas experiências guardam informações valiosas para a humanidade




Química

Não existia rival à altura da química alemã antes das guerras. O país inventou a aspirina e a novocaína (anestésico usada por dentistas) e desenvolveu fertilizantes, corantes e microscópios muito mais baratos e eficientes. O setor foi um dos que mais se envolveram com o nazismo – a ponto de o maior conglomerado farmacêutico do mundo na época (e que depois da guerra se dividiria nas empresas Bayer, Hoechst e Basf) instalar uma fábrica dentro do campo de concentração de Auschwitz.

Matemática

Sob o regime de Hitler, o raciocínio matemático abstrato foi associado aos judeus e substituído pela “verdade empírica concreta” e a “intuição nórdica”. Perguntado certa vez sobre quanto a matemática havia sofrido, o alemão David Hilbert, um dos matemáticos mais importantes do século 20, respondeu: “Sofreu? Não sofreu, não. Ela simplesmente deixou de existir”.

Biologia

Entre 1933 e 1938, o financiamento para pesquisas aumentou em 10 vezes. Biólogos trabalhavam com relativa tranqüilidade – apenas 14% deles foram perseguidos.?Mas a profunda ligação dos nazistas com a genética faz o ramo ser visto com reservas até hoje na Alemanha. “Uma perseguição completamente irracional à genética ainda existe”, afirma o cientista Benno Müller-Hill.

Física

A Alemanha foi o berço das idéias mais revolucionárias da física teórica: a mecânica quântica e a relatividade. Mesmo assim, esse foi o ramo da ciência mais prejudicado pela ascensão do nazismo: 25% do total de físicos deixou o país – entre eles 6 vencedores de Prêmios Nobel.

1. Auschwitz-Birkenau (abril de 1940 a janeiro de 1945)

Número de mortos - 1,1 milhão a 1,5 milhão.

Experiências - Pesquisas com gêmeos e anões; infecção com bactérias e vírus; eletrochoque; esterilização; remoção de partes de órgãos; ingestão de veneno; criação de feridas para testar novos medicamentos; operações e amputações desnecessárias.

2. Buchenwald (julho de 1937 a abril de 1945)

Número de mortos - 56 mil.

Experiências - Operações e amputações desnecessárias; contaminação com febre amarela, cólera e tuberculose; ingestão de comida envenenada; queimaduras com bombas incendiárias.

3. Ravensbrück (maio de 1939 a abril de 1945)

Número de mortos - Mínimo de 90 mil.

Experiências - Pesquisas fisiológicas, com remoção e transplante de nervos, músculos e ossos; esterilização; fuzilamento com balas envenenadas.

4. Dachau (março de 1933 a abril de 1945)

Número de mortos - Mínimo de 30 mil.

Experiências - Testes de hipotermia com exposição ao frio; câmaras de baixa pressão; infecção com vírus da malária; privação de líquidos com ingestão de água salgada.

5. Sachsenhausen (julho de 1936 a abril de 1945)

Número de mortos - 100 mil.

Experiências - Inalação e ingestão de gás de mostarda; infecção forçada pelo vírus da hepatite; fuzilamento com munição envenenada.

6. Natzweiller-Struthof (maio de 1941 a setembro de 1944)

Número de mortos - 25 mil.

Experiências - Utilização de prisioneiros como “viveiros” de bactérias e vírus como os de tifo, varíola, febre amarela, cólera e difteria.


Texto Rodrigo Rezende

Eu, etiqueta



"Em minha calça está grudado um nome

que não é meu de baptismo ou de cartório,

um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

que jamais pus na boca, nesta vida.

Em minha camisola, a marca de cigarro

que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto

Que nunca experimentei

Mas são comunicados a meus pés.

Meu ténis é proclama colorido

de alguma coisa não provada

por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

minha gravata e cinto e escova e pente,

meu copo, minha xícara,

minha toalha de banho e sabonete,

meu isso, meu aquilo,

desde a cabeça ao bico dos sapatos,

são mensagens,

letras falantes,

gritos visuais,

ordens de uso, abuso, reincidência,

costume, hábito, premência,

indispensabilidade,

e fazem de mim homem — anúncio itinerante,

escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É doce estar na moda, ainda que a moda

seja negar minha identidade,

trocá-la por mil, açambarcando

todas as marcas registadas,

todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

eu que antes era e me sabia

tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,

ser pensante, sentinte e solidário

com outros seres diversos e conscientes

Da sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio,

Ora vulgar ora bizarro,

em língua nacional ou em qualquer língua

(qualquer, principalmente).

E nisto me comprazo, tiro glória

de minha anulação.

Não sou — vê lá — anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

para anunciar, para vender

em bares festas praias pérgulas piscinas,

e bem à vista exibo esta etiqueta

global no corpo que desiste

de ser veste e sandália de uma essência

tão viva, independente,

que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

meu gosto e capacidade de escolher,

minhas idiossincrasias tão pessoais,

tão minhas que no rosto se espelhavam,

e cada gesto, cada olhar,

cada vinco da roupa

resumia uma estética?

Hoje sou costurado, sou tecido,

sou gravado de forma universal,

saio da estamparia, não de casa,

da vitrina me tiram, recolocam,

objecto pulsante mas objecto

que se oferece como signo de outros

objectos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

de ser não eu, mas artigo industrial,

peço que meu nome rectifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é coisa.

Eu sou a coisa, coisamente."


Carlos Drummond de Andrade, 1984.

Morre criador do clássico ‘Caverna Do Dragão’

Morreu no dia (4/3) terça-feira , aos 69 anos, Ernest Gary Gygax, um dos criadores do jogo de RPG Dungeons & Dragons, que deu origem à clássica série de animação



Caverna Do Dragão.

Gyvax sofria de vários problemas de saúde, incluindo um aneurisma abdominal.

O jogo de RPG Dungeons & Dragons foi criado em 1974, em parceria com Dave Arneson. Com personagens medievais e criaturas míticas, o brinquedo tornou-se mania internacional, ganhando versões em livros e desenho animado para a TV, além de inspirar centenas de produções de computador e videogames.

O desenho animado Caverna Do Dragão foi exibido originalmente entre 1983 e 1986 pelo canal norte-americano CBS.

Durante um passeio de montanha-russa em um parque de diversões, quatro garotos e duas meninas são transportados para uma terra de fantasia. Hank, Eric, Presto, Diana, Sheila e Bobby ganham roupas medievais e recebem armas mágicas de um anão que se apresenta como Mestre dos Magos. A partir daí, os jovens passam a buscar uma forma de voltar para casa. Mas têm como obstáculo o Vingador, um mago maléfico.



Após 27 episódios, Caverna Do Dragão foi cancelado sem um episódio final. O encerramento da trama que circulou pela internet em meados dos anos 90 é falso.

Segundo o boato, o último episódio de Caverna Do Dragão mostrava que, na verdade, os personagens do desenho já estariam mortos desde o primeiro episódio, devido a um acidente no carrinho de montanha russa no qual embarcaram. Eles teriam sido mandados ao Inferno, sendo o Mestre dos Magos e o Vingador as duas faces de um mesmo ser demoníaco, capaz de oferecer esperança e temor em um processo de crescente agonia psicológica.

“Isto é totalmente falso! Apesar de vários possíveis finais terem sido discutidos, nenhum último episódio foi produzido de fato”, garantiu o roteirista Mark Evanier na época que a história circulou com força na internet. Michael Reaves, roteirista de sete episódios, também se pronunciou. “Caverna Do Dragão foi um desenho altamente sombrio para a sua época. Nós o levamos o mais distante que era possível para um programa infantil. Os garotos não ficaram presos no Inferno, nem o Mestre dos Magos é o demônio ou coisa parecida. Essa história toda é absurda.”

Professor israelense afirma que Moisés agiu sob efeito de alucinógenos

Em um artigo provocador publicado nesta semana no "Time and Mind", uma revista científica dedicada à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.



Fonte: (G1) - O profeta Moisés estava sob efeito de poderosos alucinógenos quando desceu o monte Sinai e apresentou ao povo judeu os Dez Mandamentos, afirma Benny Shanon, professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Em um artigo provocador publicado nesta semana no "Time and Mind", uma revista científica dedicada à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.

"Em relação a Moisés no monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense.

Sinestesia

"A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou. Ele também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam.

De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica. "Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou.

Segundo o pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona essa árvore freqüentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.

Só não tentou explicar se as dez pragas do Egito e o Mar Vermelho se abrindo para os hebreus passarem e afogando todo o exército egípcio era também fruto de alucinações.

Estou Lendo



É outono de 1990 e uma guerra está prestes a eclodir no Oriente Médio. Um grupo de políticos, economistas e banqueiros de várias nacionalidades se reúne para elaborar um sofisticado plano de processamento e distribuição de alimentos para a Europa e para a Ásia. Mediando a negociação está Gilbert Langton, um poliglota que tenta reprimir debates políticos e estimular um desfecho rápido para o encontro.
Mas cada participante tenta arrancar vantagens cada vez maiores, e Langton não tem como evitar que a reunião comece a tomar rumos perigosos, com a ameaça do poderio econômico japonês. A situação se complica ainda quando ele se apaixona pela professora alemã Marta Boysen, idealizadora do plano.
Criador de sucessos como O advogado do diabo, O verão do lobo vermelho, Proteu e Ponto de fuga, Morris West confirma sua reputação de grande romancista ao construir uma trama baseada em maquinações políticas e financeiras.

Dj Premier que produziu!

Se tiver coragem aumente as CaiXinhaS de SoM

Ao Manos: V-RAP - R.O.D - DJ CHARLES


FREDDIE FOXXX - LAZY!



ROYCE DA 5'9 - BOOM




Rakim - When I Be On The Mic




M.O.P. - Handle Ur Bizness




PITCH BLACK - ITS ALL REAL!




NYG'z - "Ya Dayz R #'D"

Imagens revelam lixo espacial na órbita da Terra




Agência Espacial Européia (ESA) divulga fotos de lixo espacial em torno da Terra espaço


A Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) divulgou, segundo informações da Agência BBC Brasil, nesta terça-feira (15) imagens do lixo espacial em órbita em volta da Terra.

Segundo a ESA, entre o primeiro lançamento, em 1957, e janeiro de 2008, cerca de 6 mil satélites já foram enviados para a órbita terrestre. Destes, apenas 800 estariam ativos e 45% estariam localizados a uma distância de até 32 mil quilômetros da superfície terrestre.

Além dos satélites desativados, as fotos de satélite mostram resíduos espaciais como fragmentos de aeronaves espaciais que se quebraram, explodiram ou foram abandonados. De acordo com a ESA, aproximadamente 50% dos objetos que podem ser rastreados são derivados de explosões ou colisões na órbita terrestre.

O lançamento do Sputnik - o primeiro satélite artificial, lançado em 1957 pelos soviéticos, marcou o início da utilização do espaço para a ciência e a atividade comercial.

Durante a Guerra Fria, o espaço se tornou o principal terreno de competição entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética - uma disputa que atingiu seu ápice com a corrida para conquistar a Lua, na década de 60.

Por ocasião das Olimpíadas de Tóquio, em 1964 foi lançado o primeiro satélite de televisão para a órbita terrestre, com o objetivo de transmitir os Jogos Olímpicos.

Mais tarde, ainda segundo a BBC Brasil, os lançamentos russos diminuíram e outros países inauguraram seus programas espaciais.

O número de objetos na órbita terrestre cresceu, de acordo com estimativa da ESA, de maneira estável desde o primeiro lançamento. Segundo os dados, cerca de 200 novos objetos são lançados todos os anos.

Os pesquisadores americanos Donald Kessler e Philip Anz-Meador, que estudam o lixo espacial, afirmaram, em 2001, há uma possibilidade de que, em vinte anos, já não seja mais possível realizar operações em órbitas mais próximas da Terra.

Obs: Literalmente o Planeta se tornou um LIXO...

Mix Tape Cronicas de um Campo de Batalhas

Jornada da Esperança


Fizemos uma voz guia em um som chamado: jornada da esperança. Nesse som, sampleei um trecho de Roberto Carlos e coloquei uns atabaques junto com metais. Chamei o professor SJ(Grupo Sentimento de Fúria) que fez uma letra chapada. No dia de colocar a voz, o Mc BoB (do mesmo grupo) colou junto, aproveitei e pedi pra ele fazer um refrão; o BoB fez o refrão e também escreveu uma parte pra cantar... O final ficou bem interessante, e inciou-se assim, a primeira música da mix tape (cronicas de um campo de batalhas). Agora é só marcar pra fazer a definitiva, vou num estúdio de um parceiro, pois aqui em casa tá faltando comprar a placa de som + mesa. Após esse passo, a brincadeira ficará mais refinada. (rs)


SJ


BoB

Black Water (Águas Negras de Bush)

por Jeremy Scahill


A Blackwater foi fundada em 1996 pelo cristão conservador e multimilionário ex-SEAL (Forças de elite da marinha norte-americana) Erik Prince – descendente de uma família rica de Michigan cujas generosas doações políticas ajudaram ao auge da direita religiosa e à revolução republicana de 1994. No momento de sua fundação, a empresa consistia essencialmente na fortuna privada de Prince e numa vasta propriedade de 5.000 acres [2.000 hectares] situada perto do Great Dismal Swamp en Moyock, Carolina do Norte. A sua visão foi "satisfazer antecipadamente a procura do governo por subcontratação de armamento e formação militar". Nos anos seguintes, Prince, a sua família e os seus aliados políticos encheram de dinheiro os cofres das campanhas republicanas, apoiando a tomada de controlo do Congresso e a ascensão de George W. Bush à presidência.

Embora a Blackwater obtivesse alguns contratos durante a era Clinton, que era favorável à privatização destes serviços, foi no entanto com a "guerra contra o terrorismo" que chegou o momento de glória da empresa. Quase do dia para a noite, depois do 11/Set, a empresa transformou-se no actor chave da guerra global. "Estou no negócio de formação militar desde há quatro anos e só agora comecei a ter uma pequena noção de quão seriamente as pessoas encaram os assuntos de segurança", disse Prince ao apresentador do noticiário da FOX, Bill O'Reilly pouco depois do 11/Set. "Agora o telefone não pára de tocar".

De todas estas chamadas, uma era da CIA que acabou por contratar a Blackwater para trabalhar no Afeganistão nas operações iniciais norte-americanas nesse país. Nos anos seguintes a empresa converteu-se num dos grandes beneficiários da "guerra contra o terrorismo", ganhando quase mil milhões de dólares em contratos, que se conheçam, com o governo, muitos deles sem concurso público. Em apenas uma década, Prince ampliou as instalações de Moyock para 7.000 acres [2833 há], fazendo dessas instalações a maior base militar privada do mundo. A Blackwater tem neste momento 2.300 pessoas repartidas por nove países, e mais 20 mil prontos para entrar em acção. Possui uma frota de mais de vinte aeronaves, incluindo helicópteros de combate, e uma divisão de inteligência própria, e está a construir aeronaves de reconhecimento e sistemas de sinalização de alvos.

Em 2005, e depois do furacão Katrina, a suas forças deslocaram-se para Nova Orleães cobrando ao governo federal 950 dólares por homem e por dia – chegando a atingir mais de 240 mil dólares por dia. No seu auge, a empresa chegou a ter cerca de 600 contratados distribuídos desde o Texas até ao Mississipi. Desde o Katrina que a Blackwater tem desenvolvido uma atitude agressiva na obtenção de contratos internos, abrindo uma nova divisão de operações nacionais. A Blackwater está a promover os seus produtos e serviços junto ao Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security ), e os seus representantes reuniram-se já com o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. A empresa solicitou a obtenção de licenças para operar em todos os estados costeiros norte-americanos, e está também a ampliar a sua presença no interior dos EUA com a abertura de novas instalações em Illinois e na Califórnia.

A Blackwater obteve o seu maior contrato do Departamento de Estado, que consistiu no fornecimento da segurança dos diplomatas e das instalações norte-americanas no Iraque. Esse contrato teve início em 2003, com um acordo fora de concurso de 21 milhões de dólares, para protecção do procônsul no Iraque, Paul Bremer. A Blackwater também forneceu a segurança dos embaixadores seguintes no Iraque, John Negroponte e Zalmay Khalilzad, assim como de outros diplomatas e funcionários do país ocupante. As suas forças protegeram mais de 90 delegações do Congresso no Iraque, incluindo a da sua actual presidente, Nancy Pelosi. De acordo com os últimos registros governamentais, a Blackwater facturou, desde Junho de 2004, 750 milhões de dólares só em contratos com o Departamento de Estado. Actualmente encontra-se envolvida numa intensa campanha de lobbying para que seja enviada a Darfur como força de paz privada. Em Outubro último, o presidente Bush levantou algumas sanções ao sul cristão do Sudão, preparando assim o terreno para uma potencial missão de paz a desenvolver nessa zona pelas forças militares da Blackwater. Em Janeiro o representante do governo regional do sul do Sudão, em Washington, disse esperar que em breve a Blackwater iniciasse a formação das forças de segurança sulistas daquele país.

A Blackwater contratou desde o 11/Set, como executivos seniores, alguns altos funcionários possuidores de bons contactos na administração Bush. Entre eles encontra-se J. Cofer Black, antigo chefe do contraterrorismo da CIA e o homem que levou a cabo a caça a Osama Bin Laden depois do 11/Set, e ainda Joseph Schmitz, antigo Inspector Geral do Pentágono, responsável pelos acordos com as empresas privadas de segurança, entre eles a Blackwater, durante a maior parte da "guerra contra o terrorismo" – algo de que foi acusado de o não ter feito eficazmente. Já no final da gestão de Schmitz no Pentágono, o poderoso senador republicano Charles Grassley lançou uma investigação do Congresso para averiguar se Schmitz tinha "abafado ou redirecionado duas investigações criminais em curso" sobre altos cargos da administração Bush. Vendo-se debaixo de fogo cruzado de ambos os partidos, Schmitz demitiu-se e entrou na Blackwater.

Apesar de ter desempenhado um papel central, a Blackwater esteve, de uma forma geral, a operar na sombra até 31 de Março de 2004, precisamente quando quatro dos seus soldados privados, em acção no Iraque, foram emboscados e mortos na cidade de Faluja. Os cadáveres foram queimados por uma multidão que os arrastou pelas ruas, pendurando dois deles numa ponte sobre o Eufrates. Este foi o momento que, sob muitos aspectos, alterou o rumo da guerra no Iraque. Alguns dias após estes acontecimentos, as tropas norte-americanas assaltaram Faluja, matando centenas de pessoas e deslocando milhares, exacerbando assim a feroz resistência iraquiana que assombra as forças de ocupação até aos dias de hoje. Para muitos americanos esta foi a primeira vez que ouviram falar dos soldados privados. "As pessoas começam a perceber que se tratava de um fenómeno alargado", comentou o congressista David Price, um democrata de Carolina do Norte, que disse ter começado a seguir o rasto das contratadas privadas depois dos acontecimentos de Faluja. "Provavelmente sou como a maioria dos membros do Congresso que apenas começaram a ter consciência e interesse por este assunto" após este incidente.

O que não é do conhecimento geral é que, depois dos acontecimentos de Faluja, os executivos da Blackwater puseram mãos à obra em Washington, no sentido de capitalizar o recente reconhecimento da sua empresa. Um dia após a emboscada, esses executivos contrataram a Alexander Strategy Group, uma empresa de lobbying dirigida por altos funcionários do então líder da maioria republicana Tom DeLay, antes do desmembrar desta empresa no auge do escândalo de Jack Abramoff. Uma semana após a emboscada, Erik Prince sentava-se com pelo menos quatro membros do Comité do Senado para os Serviços Armados (Senate Armed Services Committe), entre os quais se encontrava o presidente desta comissão, John Warner. O senador Rick Santorum preparou o encontro em que, para além de Warner, participavam também outros dois importantes senadores republicanos – o presidente da Comissão Orçamental (Appropriations Committee) Ted Stevens, do Alasca, e George Allen de Virgínia. Esta reunião surgiu após uma série de anteriores contactos frente a frente que Prince promoveu com poderosos representantes republicanos que tinham estado na supervisão dos contratos militares, entre os quais DeLay; Porter Gross, presidente da Comissão da Inteligência da Câmara (House Intelligence Committee) e futuro director da CIA; Duncan Hunter, presidente da Comissão da Câmara para os Serviços Armados (House Armed Services Committee); e Bill Young, presidente da Comissão Orçamental da Câmara (House Appropriations Committee). O que se discutiu nessas reuniões permanece secreto, mas a Blackwater estava claramente a posicionar-se a fim de obter o máximo da sua nova fama. De facto, dois meses depois destes contactos, a Blackwater obteve do governo um dos maiores contratos de segurança internacional, avaliado em mais de 300 milhões de dólares.

Além disso, a empresa estava igualmente muito interessada em ter um papel determinante na configuração das regras que iriam regular os mercenários contratados pelos EUA. "Devido aos acontecimentos públicos de 31 de Março, a necessidade da Blackwater de ter alguma visibilidade e de transmitir uma mensagem consistente aqui em Washington, aumentou", comentou o novo enviado da Blackwater, Chris Bertelli. "Existem agora vários regulamentos federais que se aplicam às suas actividades, embora sejam de natureza muito geral. Falta criar um modelo padrão para este sector, e é precisamente nisto que na realidade queremos participar". No mês de Maio seguinte, a Blackwater liderava já um grande esforço de pressão política da indústria militar privada para conseguir travar as iniciativas do Congresso e do Pentágono que visavam colocar as suas forças sob a lei marcial do sistema judicial militar.

Mas enquanto a Blackwater gozava do seu novo estatuto de herói na "guerra contra o terrorismo", tanto na administração de Bush como no Congresso controlado pelos republicanos, as famílias dos quatro homens mortos em Faluja afirmavam que estavam a ser impedidas pela Blackwater de tentar esclarecer as circunstancias em que morreram os seus familiares. Depois do que descreveram como sendo meses de esforços para receber uma resposta directa da empresa, em Janeiro de 2005, as famílias apresentaram uma denuncia por "morte injustificada" contra a Blackwater, acusando a empresa de não fornecer aos seus homens aquilo que diziam ser "condições de segurança contratuais". Do conjunto das acusações afirmava-se que naquele dia a empresa enviou-os numa missão a Faluja com menos dois homens, com pior armamento do que deviam ter, e em jeeps Pajero ao invés de veículos blindados. Este caso poderá ter amplas repercussões pelo que está a ser seguido de perto pelo sector das empresas contratadas de guerra – uma antiga subsidiária de Halliburton, a KBR, apresentou inclusivamente um " amicus brief " (uma alegação a favor de uma das partes) apoiando a Blackwater. Se a acusação tiver êxito, poderá abrir caminho a um cenário equivalente ao das denúncias sobre a indústria tabaqueira, em que as empresas contratadas de guerra ficarão sujeitas a acusações judiciais dos seus trabalhadores feridos ou mortos em zonas de guerra.

À medida que o caso se foi desenvolvendo judicialmente, a Blackwater contratou advogados da elite republicana para a sua defesa, entre os quais Fred Fielding que recentemente foi nomeado por Bush como conselheiro da Casa Branca (substituindo Harriet Miers), e Kenneth Starr, antigo auditor geral da Whitewater que investigou o presidente Clinton e actual advogado dessa empresa. A Blackwater não recusou formalmente as denúncias específicas da acusação, mas o que se depreende da posição expressa pela defesa é o recurso a um conjunto de argumentos legais, estruturados no sentido de reforçar aquilo que sustenta a Blackwater e que é, essencialmente, estar acima da lei. A Blackwater afirma que se os tribunais norte-americanos permitirem que a empresa seja acusada por "morte injustificada", isso poderia pôr em perigo a capacidade de combate da nação: "nada poderia ser mais nocivo para o conceito de Força Total, subjacente à doutrina militar dos EUA, do que expor os seus componentes privados aos sistemas de sancionamento de responsabilidades de cinquenta estados diferentes, a serem aplicados em campos de batalha no estrangeiro", argumentava a empresa nos seus documentos legais. Em Fevereiro a Blackwater sofreu uma importante derrota quando o Tribunal Supremo recusou a sua apelação para julgar o caso Faluja, deixando livre o caminho para um processo estatal – onde será mais difícil encobrir aos jurados os danos da sua actividade.

O Congresso começou a mostrar interesse por este caso potencialmente desestabilizador. A 7 de Fevereiro o deputado Henry Waxman presidiu às audiências da Comissão de Supervisão das Reformas do Governo (Oversight and Government Reform Committee). Se bem que as audiências estivessem previstas para tratar da dependência dos EUA de empresas privadas de segurança, acabaram por se centrar quase exclusivamente na Blackwater e no incidente de Faluja. Pela primeira vez, a Blackwater viu-se obrigada a enfrentar as famílias dos homens mortos em Faluja. "As contratadas privadas como a Blackwater trabalham fora do alcance da cadeia hierárquica militar e podem fazer literalmente o que lhes apetecer sem que lhes seja atribuída qualquer responsabilidade ou que tenham de prestar contas ao governo norte-americano", disse à comissão Katy Helvenston, mãe de Scott, um dos contratados da Blackwater assassinados. "Deste modo, a Blackwater pode continuar a obter do governo centenas de milhões de dólares pagos pelos contribuintes sem se sentir obrigada a responder sequer a uma única pergunta sobre os operadores de segurança".

Refugiando-se no processo em curso, o conselheiro geral da Blackwater, Andrew Howell, declinou responder à maioria das acusações imputadas à sua empresa pelas famílias, e pediu várias vezes que a comissão desenvolvesse os trabalhos à porta fechada. "Todos os homens da missão de 31 de Março tinha armamento e munições suficientes", disse Howell perante a comissão, acrescentando que os seus homens usavam veículos "apropriados". Isto foi vigorosamente questionado pelas famílias dos quatro homens, que argumentaram por sua vez que a Blackwater não lhes facultou veículos blindados para economizar um milhão e meio de dólares. "A partir do momento em que os homens assinaram contrato com a Blackwater e foram enviados para o Médio Oriente, a Blackwater tratou-os como se fossem bens descartáveis", disse Helvenston aos deputados da comissão durante o seu emocionado testemunho em representação das quatro famílias.

O que colocou este caso sob a mira de Waxman foi a teia dos subcontratos que estão na base da missão de Faluja. Desde Novembro de 2004 que Waxman esteve a averiguar para quem estavam realmente a trabalhar os homens da Blackwater no dia da emboscada. "Durante quase dezoito meses, o Departamento de Defesa não respondeu à minha solicitação de informação", comentou Waxman. "Quando no passado mês de Julho finalmente respondeu, nem sequer me proporcionou os dados que pedi. Na verdade, negou que as empresas privadas de segurança desenvolvessem qualquer trabalho no âmbito do programa de contratações do Pentágono. Agora sabemos que não é verdade". A luta de Waxman para seguir o rasto do dinheiro deste contracto em concreto, que implica poderosas contratadas como a KBR, ilustra bem o secretismo que envolve a própria natureza da indústria das contratadas de guerra.

O que não oferece dúvidas no incidente de Faluja é que a Blackwater estava a trabalhar para uma empresa kuwaitiana chamada Regency, sob um contrato com a maior empresa de serviços de alimentação do mundo, Eurest Support Services. No Iraque a ESS é uma subcontratada da KBR e de outra enorme empresa contratada de guerra, a Fluor, sob o programa de contratos da LOGCAP do Pentágono. Um contrato que suportava a missão da Blackwater em Faluja revelava que essa missão era um subcontrato que tinha como contratada original a KBR. No verão passado a KBR negou isso. Depois a ESS escreveu a Waxman para dizer que a missão estava suportada pelo contrato da Fluor com a ESS. A Fluor negou, e o Pentágono disse a Waxman que não sabia a que empresa, afinal de contas, pertencia a missão. Waxman afirmava que a Blackwater e as outras subcontratadas estavam "a acrescentar margens significativas" aos seus subcontratos pelos mesmos serviços de segurança e que portanto, segundo ele, eram cobradas aos contribuintes norte-americanos. "É surpreendente como é tão turvo o mundo das contratadas e subcontratadas, não permitindo que cheguemos ao fundo deste assunto, e muito menos que possamos calcular os milhões de dólares perdidos pelos contribuintes em cada fase do processo de subcontratação", comentou Waxman.

Apesar de parecer, durante quase toda a audiência de 7 de Fevereiro, que a origem do contrato continuava por esclarecer, no final da audiência a situação veio a mudar quando o Pentágono revelou que a empresa contratada original era de facto a KBR. Violando as directrizes militares, que são contrárias à prática dos contratantes da LOGCAP que usam as forças de segurança privadas em lugar de tropas norte-americanas, a KBR tinha afinal subcontratado aquela missão à ESS com a protecção da Blackwater; esses custos foram supostamente suportados pelos contribuintes pela quantia de 19,6 milhões de dólares. A Blackwater disse que facturou à ESS 2,3 milhões de dólares pelos seus serviços, o que significa que uma margem de mais de 17 milhões de dólares foi no final acrescida nos valores apresentados ao governo. Três semanas depois da audiência, a KBR disse aos seus accionistas que poderia ser obrigada a devolver até 400 milhões de dólares ao governo como consequência de uma investigação em curso no exército.

Waxman esperou mais de dois anos para obter a resposta a uma pergunta simples: os contribuintes estavam a pagar os serviços de quem? Mas, como se pode concluir do incidente de Faluja, a questão não envolvia apenas dinheiro. Envolvia também vidas humanas.

Artigo extraido do site
http://resistir.info/eua/jeremy_scahill_p.html

Quem eram os primeiros brasileiros?



Até há pouco tempo, pressupunha-se que os habitantes das Américas teriam resultado de 3 ondas migratórias: uma de populações asiáticas, outra de grupos que teriam originado os chamados povos Na-Dene, que ocupam a porção noroeste da América do Norte, e outra que teria originado os Esquimós. Mas a reconstituição da face de Luzia, alguns anos atrás, trouxe novas variáveis.

Recentemente Luzia foi apresentada ao grande público e apareceu estampada na capa de revistas famosas, no Brasil e no exterior. A partir de um crânio datado em 11.500 anos e retirado de escavações feitas na região de Lagoa Santa (MG), foram modelados os tecidos musculares, a pele e os demais órgãos. E o resultado surpreendeu muita gente: Luzia apresenta, de fato, traços muito mais parecidos com os grupos que habitavam a África e a Austrália, do que com aqueles típicos nos grupos asiáticos (Caso você queira conhecer de perto Luzia e o trabalho dos especialistas a respeito, embarque no site do Setor de Antropologia Biológica do Museu Nacional, no Rio de Janeiro).

Escritor Ferréz me deu a honra de conhecer este Homen


Sergio de Souza (1934 - 2008)

Saiba um pouco da história dele, no texto de Mylton Severiano

Os países dentro do Brasil

A economia do Brasil é a 9ª maior do mundo – tão grande que
os estados brasileiros têm o mesmo PIB (a soma das riquezas
geradas anualmente num país) que países inteiros. São Paulo
é tão rico quanto toda a Argentina. No Nordeste, a riqueza dos
estados equivale à de países da África e da América Central:
Pernambuco é tão rico quanto o Camboja; Sergipe equivale à
Jamaica.





fonte: superinteressante