‘JESUS IS KING’: ‘KANYE WEST É O CRISTÃO MAIS INFLUENTE NO MUNDO HOJE’, DIZ PRODUTOR DO ÁLBUM


“Todos queriam o ‘Yandhi’, até que Jesus fez a limpeza.” O verso cantado por Kanye West em “Selah”, faixa de “Jesus Is King”, seu novo álbum, é uma síntese do que aconteceu no último ano na vida do rapper. Esperava-se que ele sucedesse “Ye” com “Yandhi”, projeto cujo título mistura seu apelido com o nome do ativista indiano. Mas não. Inspirado por sua série de “cultos de domingo” (já falamos sobre o ‘Sunday Service’ aqui), o artista diz ter se convertido logo após a apresentação do festival de Coachella, em abril deste ano. A transformação espiritual mudou o rumo das gravações, que já aconteciam perto de Cody, cidade no estado americano de Wyoming.



95 Teses de Lutero - 31 de outubro de 1517

95 Teses de Lutero

As 95 Teses de Martinho Lutero constituíam um documento que Lutero afixou na porta da igreja de Wittemberg, no dia 31 de outubro de 1517. Este foi o marco inicial do que conhecemos hoje como a Reforma Protestante.
Lutero questionava o abuso de autoridade do Papa e apresentava várias críticas à Igreja Católica. Propunha, entre diversas outras demandas, a revisão das ações da Igreja, principalmente no que dizia respeito ao comércio de Indulgências.

A seguir, as 95 Teses de Lutero na íntegra:
1ª Tese — Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: arrependei-vos…, certamente quer que toda a vida dos seus crentes na Terra seja contínuo arrependimento.
2ª Tese — E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese — Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.
4ª Tese — Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese — O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese — O papa não pode perdoar dívida se não declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nesses casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7ª Tese — Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese — Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese — Eis por que o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído esse de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.
10ª Tese — Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canônicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese — Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese — Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese — Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese — Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15ª Tese — Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese — Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese — Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese — Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese — Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20ª Tese — Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
21ª Tese — Eis por que erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese — Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese — Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, esse apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24ª Tese — Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese — Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
26ª Tese — O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese — Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese — Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vem o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese — E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.
30ª Tese — Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese — Tão raro como existe alguém que tem arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32ª Tese — Irão para o diabo junto aos seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese — Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34ª Tese — Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.
35ª Tese — Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese — Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese — Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese — Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39ª Tese — É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese — O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
41ª Tese — É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
44ª Tese — E que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa, mas provoca a ira de Deus.
46ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada.
48ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em consequência delas, se perde o temor de Deus.
50ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese — Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52º Tese — Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53ª Tese — São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese — Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55ª Tese — A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese — Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo.
57ª Tese — Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese — Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.
59ª Tese — São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese — Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese — Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.
62ª Tese — O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63ª Tese — Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese — Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese — Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese – Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese — As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese — Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Íntima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese — Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência.
70ª Tese — Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
71ª Tese — Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese — Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73ª Tese — Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese — Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75ª Tese — Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
78ª Tese — Bem ao contrário, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.
77ª Tese — Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
78ª Tese — Em contrário dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1 Coríntios 12.
79ª Tese — Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80ª Tese — Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81ª Tese — Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
82 ª Tese — Eis um exemplo: por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
83ª Tese — Outrossim: por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?
84ª Tese — Ainda: que nova piedade de Deus e do papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85ª Tese — Ainda: por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
86ª Tese — Ainda: por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87ª Tese — Ainda: quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?
88ª Tese — Afinal: que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
89ª Tese — Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90ª Tese — Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese — Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92ª Tese — Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
93ª Tese — Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
94ª Tese — Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese — E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.
Martinho Lutero foi uma figura importantíssima para a organização cultural e religiosa que experimentamos até os dias de hoje. Seus questionamentos à Igreja Católica mudaram não apenas a maneira como as pessoas enxergavam a fé cristã, mas foram as bases para a criação e o desenvolvimento de diversas outras vertentes do cristianismo, mudando os rumos da História.

Instituto Histórico e Teológico


12 perguntas (diagnosticas) a fazer àqueles que duvidam de sua fé


                  traduzido

1. Do que você está duvidando? Existem três coisas principais que as pessoas duvidam: 1) Sua salvação, 2) O amor de Deus por elas, 3) Questões fundamentais da fé. Incluída com a dúvida da salvação está uma subcategoria: a crença de que eles cometeram o pecado imperdoável. Qual deles você está duvidando?

Se você está duvidando de uma questão fundamental da fé, qual é? A confiabilidade das Escrituras? A realidade do inferno? A exclusividade de Cristo? A existência de Deus? etc.

(Isso é importante, pois, na maioria das vezes, as pessoas estão tendo uma luta emocional, não intelectual, mesmo que não a identifiquem como tal. Por exemplo, noventa e nove por cento do tempo, as pessoas duvidam do inferno e de Cristo. exclusividade, não porque tenham encontrado algum argumento lógico convincente contra ela, mas porque não se enquadra emocionalmente a elas. Isso não fala da legitimidade da dúvida, mas da fonte de sua gênese.)


2. Por que você está duvidando? Não há problema em não saber. A maioria das pessoas não pensa desde que a dúvida é uma coisa muito emocional. É como perguntar a alguém por que eles estão tristes quando estão sofrendo depressão significativa. Eles não sabem ou o diagnosticam incorretamente. É o mesmo com a dúvida. A maioria das pessoas realmente não sabe por que está duvidando, mas é importante para mim ver de onde você acredita que sua dúvida vem. Algumas das perguntas a seguir podem nos dar uma idéia melhor.



3. Existe alguém em sua vida - um amigo cristão, pai, filho, pastor ou alguém que você respeita na comunidade cristã - que recentemente tropeçou ou perdeu a fé? Em caso afirmativo, você pode rastrear o início de sua dúvida neste período?

(Na maioria das vezes, desconhecemos o impacto significativo que a fé de outras pessoas exerce sobre nossa fé. Embora possamos gostar de conversar sobre um grande jogo, acreditando que nossa fé permanece ou recai sobre nossas próprias proezas intelectuais, no final, são uma comunidade de crentes e dependem muito uns dos outros, emocional e intelectualmente. Quando alguém que amamos e / ou respeitamos tropeça em pecado grave ou se afasta da fé, só então percebemos o quanto estávamos apoiando-os.)


4. Houve alguma tragédia significativa em sua vida? Diga me sobre elas. Que crédito você dá a Deus por essas tragédias? Que culpa você coloca em Deus por esses eventos?

(Observe, eu não disse "Houve alguma tragédia recente significativa", pois o momento da tragédia pode não dizer nada sobre se esses acontecimentos estão ou não contribuindo para sua dúvida atual. Sei disso com meu colapso mental que se manifestou no meu tempo de dúvida, havia um monte de coisas que se acumularam ao longo dos anos e eu nunca lidei com isso. De repente, quatro anos depois, senti como se minha mente estivesse quebrada.)



5. Você já teve mudanças ou lutas na vida doméstica? Por exemplo, você aceitou um emprego diferente? Você está lutando para pagar contas? Há problemas no seu casamento ou você se divorciou recentemente? Você está sobrecarregado com as tarefas que assumiu? Qualquer número de coisas pode criar uma tempestade emocional perfeita que sobrecarrega suas emoções e pode se manifestar em todas as áreas da vida, incluindo a dúvida espiritual.


6. Conte-me sobre esse aspecto de sua personalidade: você se descreveria como uma pessoa intensa que tende à compulsão ou como uma pessoa descontraída com muita paciência? Aqui está outra maneira, embora à primeira vista possa parecer estranho, para colocar isso (e isso será mais relevante para alguns de nós que se lembram dos comerciais): “Quantas lambidas são necessárias para você chegar ao centro? de um Toosie Pop? ”Se você tem idade suficiente, lembra-se do comercial com a coruja. A coruja tomou duas lambidas e depois não conseguiu se conter. Ele então mordeu direto no meio. Então ele levou três. Ele foi intenso! Se você tem que morder o pop, você pode ser uma pessoa intensa.

(Por que isso importa? Às vezes, pessoas mais intensas experimentam momentos de extrema dúvida, muitas vezes surgindo intensamente sem nenhum aviso. Esse é especialmente o caso quando as pessoas têm - ou pelo menos acreditam que têm - mais dúvidas baseadas no intelecto. Ironicamente, Acho isso mais entre jovens que aspiram ser apologistas, acreditando que devem imergir-se imediata e completamente em todos os debates, livros e argumentos que existem, tanto a favor quanto contra o cristianismo. Eventualmente, esse tipo de personalidade é propenso a ser um "colapso emocional espiritual".)

(Caso você esteja se perguntando, foram realizados estudos sobre quanto tempo leva para chegar ao centro de um Toosie Pop. Parece levar de 144 a 411 licks para chegar ao centro.)


7. Houve alguma introdução ou subtração de drogas em sua vida? Medicamentos prescritos? Drogas recreacionais? Álcool?

(Por mais que alguns cristãos gostem de pensar de maneira diferente, seu cérebro afeta drasticamente sua mente. Em outras palavras, a química do cérebro - afetada por muitos medicamentos - pode afetar profundamente suas crenças, percepções da realidade e confiança em sua fé. Quando alguém começa ou de repente interrompe algum medicamento, podem surgir dúvidas em breve.)


8. Conte-me sobre sua saúde? Como está sua dieta, pressão arterial, rotina de exercícios (ou a falta dela)? Você perdeu ou ganhou algum peso? Você está dormindo bem?

(Mudanças no corpo físico também podem afetar significativamente seu cérebro. Conheço um cara que estava sofrendo tremendamente com sua fé, duvidando de crenças que eram perfeitamente estáveis ​​a vida toda. Ele começou a mudar de opinião sobre as coisas, colocando pressão sobre todos os que estavam ao redor. Como discutimos o motivo dessas mudanças nos próximos seis meses, não conseguimos diagnosticar nenhum motivo para ele. Ele admitiu que não havia nenhuma base racional para sua mudança. Depois de um ano, ele me ligou um dia e disse que todas as suas dúvidas haviam desaparecido repentinamente. Eu perguntei o que havia mudado. Ele disse que ele foi diagnosticado com apneia do sono e foi colocado em uma máquina. Depois de algumas noites de bom sono, todas as suas dúvidas desapareceram. Quase dez anos depois e ele não tropeçou mais.)


9. Existe algum livro ou ensinamento que você esteja lendo recentemente que possa ter contribuído para sua fé vacilante? Se sim, quais são?


10. Você está lutando com alguma das crenças ou atitudes morais tradicionais que a igreja tem sobre questões sociais? Por exemplo, você está tentando conciliar sua simpatia ou empatia com a comunidade LGBQT + com o que aprendeu? Você vê a igreja mais identificada com a política de direita do que ajudar os oprimidos? Você vê com crescente desdém a maneira como as pessoas são mesquinhas ou intolerantes dentro da igreja?


11. Existe algum pecado persistente e impenitente no qual você está envolvido?

(Essa é a primeira e única pergunta que as pessoas fazem. Inversamente, para alguns, é um anátema supor que o pecado possa ser o problema. Embora não seja a primeira pergunta que faço, é, no entanto, muito importante e, às vezes, causa da dúvida das pessoas.)




12. Você acredita que fé e dúvida podem existir ao mesmo tempo?

(Algumas pessoas foram educadas acreditando que tudo é preto e branco. Se alguém tem fé, não tem dúvida. Se tem dúvida, não tem fé. Descobri muitas vezes que o alívio dessa falsidade, juntamente com a introdução e basta aplicar a idéia da tensão entre fé e dúvida para reintroduzir o fluxo sanguíneo para a alma.)







A ÉTICA DOS PROFETAS - Navi נביא (Prophet)



I. INTRODUÇÃO


Desde o séc. XI a.C. até o séc. V a.C., os profetas exerceram ministério dirigido ao povo de Deus, sempre transmitindo mensagens de YHWH, em especial nos períodos de maiores crises da história de Israel e Judá. Os maiores hermeneutas são quase que unânimes em afirmar que os profetas não trouxeram novas leis ou um código de ética novo, porém primavam pelo cumprimento no viver diário daquilo que Deus já dera a Moisés como Lei a Seu povo.

Os profetas foram homens comissionados por YHWH para, à luz da Verdade revelada por Ele, criticar a situação de pecado do povo e encorajá-lo a mudar de vida e confiar somente em YHWH. Os profetas foram homens que se prenderam a Bíblia, falaram o que ela fala, não a diminuíram, não a ultrapassaram. Os profetas não se conformaram com o pecado estrutural, antes denunciaram, condenaram, acusaram e se encheram de indignação contra os erros do mundo. Eles tinham visão social, consciência política, sensibilidade aos desmandos do poder.
Os profetas não se filiavam a grupos ou partidos, eles não se compravam, não se vendiam e não se alugavam, mas apresentavam consciência crítica.

Navi נביא (Prophet)


II. O PROFETA E A ÉTICA BÍBLICA

De início, é bom ressaltar que a grande característica do pensamento ético hebraico, não só dos profetas, é ser ele Teocêntrico ou centralizado em Deus. O próprio sistema cúltico judaico raramente distinguia o elemento ético do religioso, pois YHWH-ELOHIM é a fonte de toda exigência moral e o Supremo Bem. O Antigo testamento não apresenta dicotomia entre o secular e o sagrado, vigente no pensamento grego, antes toda a vida é apontada como sagrada, pois ela é Dom de Deus. Assim, a ética bíblica é de culto do único Deus.
Para compreendermos a ética dos profetas também é mister entendermos o contexto sócio-econômico e cultural de sua época, a organização geopolítica, o tempo de seu ministério e o lugar onde cada profeta entregou sua profecia.
Os profetas usavam de suas mensagens para conclamar o povo a uma vida reta diante de Deus, uma vida de temor a Ele (Is.1:16-17). O seu ensino moral se derivava de sua maneira de compreender YHWH, que se revelara como Deus reto, e não de qualquer teoria racionalista de virtude e de sumo bem para o homem, ou de simples entusiasmo pelo ideal de igualdade humana, ou de algum conceito de solidariedade humana baseada em noções essencialmente humanistas, como a natureza orgânica da sociedade e o conceito de prudência em termos de “um mundo só ou nenhum”.


Os profetas se preocupavam com a vida real das pessoas por não aceitarem a existência de uma dicotomia entre a vida diária e a vida sabática, ou vida religiosa. Eles não aceitavam o descaso para com as crianças e viúvas (Is. 10:1-2); a preterição e a opressão contra os pobres (Am.4:1, 6:3-7); a prática de injustiça e favorecimento dos Juízes (Am.2:6-7, Mq.7:3); o desregramento e perversidade sexual do povo (Am.2:7-8); a infidelidade e a inépcia dos governantes (Is.56:10-12; Jr.25:34-38; Ez.34:2-10); a imoralidade e o descaso dos líderes religiosos (Jr.2:8, 10:21, 23:1-4; Ez.34:2-10; Am.7:10-17); a religião institucionalizada (Am.5:21-27; Is. 1); a desonestidades dos empresários e comerciantes (Am. 8:4-6; Mq.6:11).

A ênfase à moralidade social dada pelos profetas tem sua gênese na própria LEI, em particular na prescrição do ano sabático e do ano do jubileu, que conclamava a uma valorização do próximo, de forma a não haver desigualdade social, ao apresentar leis que favoreciam os pobres e escravos (Lv. 25:35-55). Em suma, o fundamento da moralidade social profética está em que tudo é de Deus: a terra é dEle; os homens são dEle; a vida é dEle.

Por ter caráter teocêntrico, se faz preponderante à nossa análise uma compreensão, inda que superficial, do conceito básico de pecado pertinente na literatura profética. O pecado no A.T. é, principalmente, compreendido como desobediência a Deus ou rebelião contra Ele. A transgressão de qualquer lei era considerada em si imoralidade. Os profetas estavam convencidos de que a suprema exigência que Deus faz ao homem é de justiça, ou seja, de fidelidade irrestrita à aliança.
Sem dúvida, a grande insistência dos profetas, além da chamada ao retorno ao pacto de Israel com YHWH, foi a conduta pessoal correta. Os profetas buscaram levar o povo a ser diferente dos outros povos pagãos que viviam ao redor de Israel, ou seja, leva-los a praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente com Deus (Mq.6:8).


III. CONCLUSÃO

A proposta de ética dos profetas apontava claramente para uma ética social, por considerar que não é possível a dissociação entre a fé religiosa e a vida social. Essa ética mostrava alguns contornos que podemos observar e reclamar para os nossos dias:

a. A ética cristã não é dicotômica, ou seja, não há uma ética dominical, praticada no templo, e outra ética para a semana, praticada no serviço, na família, na sociedade. A fé que professamos em Cristo deve ser evidenciada em atitudes práticas, conforme asseverou Tiago a fé sem obras é morta (Tg. 2:14-25), portanto sejamos “praticantes da palavra e não somente ouvintes” (Tg.1:22). Um cristão não deve ser conhecido por causa de jargões que utilize, ou mesmo por se dizer um cristão, mas por apresentar uma ética bíblica, que não se compactua com a exploração, com a imoralidade, com o relativismo. O cristão choca-se, indigna-se e protesta, em nome de Deus.


b. A ética cristã não é individualista, antes prima pela solidariedade (Am.6:6; Is.58:6-7). Devemos resgatar o respeito e o amor pelo próximo, além da consciência de que somos responsáveis uns pelos outros, de que devemos cultivar uma preocupação comunitária. O cristão não deve viver procurando levar vantagem em tudo, mas antes aceitando, se for necessária, a perda.

c. A ética cristã deve primar pela integridade administrativa impecável. É incompatível com a fé que professamos a sonegação fiscal, a adulteração de notas, os acordos trabalhistas que sejam em desacordo com a lei vigente no país, a desvalorização dos funcionários de nossas instituições eclesiásticas, etc. A alegação de que “todo mundo faz”, ou a de que “não podemos ser prejudicados”, são em si contrárias ao ensino dos profetas, divergem do que professamos ser nosso código de ética, pois, integridade não é uma opção para a Igreja, é uma exigência.
d. A ética cristã não pode compactuar com favorecimento, com corporativismo, com “jeitinho”. Não há qualquer ressalva na lei, em especial nas profecias, que permita agirmos com parcialidade, ou seja, “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”. Conquanto isso seja óbvio, muitas vezes nos pegamos agindo dessa forma ao defendermos uma justiça relativista, que nos beneficie sempre em detrimento do que realmente é justo.

e. A ética cristã, à semelhança da ética dos profetas, defenderá sempre a igualdade de todos perante a lei. Esse pensamento é um desdobramento do anterior, mas que visa frisar essa que tem sido uma verdade, por muitos olvidada, de que a iniqüidade é um terrível pecado, que macula a Igreja ante a sociedade.

f. A ética profética era uma ética de defesa do oprimido e condenação do opressor. Essa consciência de deve nos levar a questionar o que temos feito como Igreja do Senhor Jesus de real para combater a desigualdade social e econômica. Não podemos aceitar como certo a exploração do trabalho escravo, do trabalho infantil, antes devemos lutar para que o ser humano possa desfrutar de uma vida digna, à semelhança do que Deus prometeu para nós.


O crente do século XXI deve ser impelido a viver uma vida reta diante de Deus e dos homens. A Igreja de Jesus não pode ser conhecida como uma confraria de religiosos, antes deve ser e fazer diferença no mundo, como sendo a portadora do padrão ético, moral e religioso que todo o homem deve seguir.

IV. BIBLIOGRAFIA

COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Descubra Agora: A Ética dos Profetas para Hoje. São Paulo: Exodus, 1997.

GARDNER, E. Clinton. Fé Bíblica e Ética Social. Trad. Francisco P. Alves. São Paulo: ASTE, 1965.

PAPE, Dionísio. Justiça e Esperança para Hoje: A Mensagem dos Profetas Menores. São Paulo: ABU, 1982.

Bíblia de Estudo VIDA. Tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, 2a. edição. São Paulo: SBB, 1998.