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A face da missão

Prof de Hebraico bíblico e moderno do Antigo Testamento.


As tradições, construções teológicas do clero, daquela elite ambiciosa, triunfalista e nefasta, não dialogavam com ele. Todas as leituras messiânicas haviam sido produzidas a luz do triunfalismo, na expectativa de um Messias, que como rei que deveria ser, abalaria todas as estruturas da dominação estrangeira. Dominação esta, que com ela, eles mesmos flertavam as ocultas. 

Mas aqueles religiosos de plantão, aqueles que liam e expunham interpretações regadas às suas próprias ambições, viram nele um empecilho, um insuportável antagonista de suas ambições e paixões megalomaníacas de reino. Para eles, ele não poderia ser o Messias, pois não tinha a cara, o jeito, a procedência e as propostas tão esperadas em um rei. Não! Aquele moço, daquela Nazaré paupérrima, não negociava, não sedia, não ambicionava Yeshua ישוע foi a antítese das loucuras lúgubres de um falso clero, cujos exercícios aconteciam alinhados às vantagens e lucros, que punham os mais fracos na fome, na miséria, em estigmatização de angústias profundas. 

Era um jogo funesto de cartas marcadas, que visava a manutenção de um grupo restrito rapineiro, de necrófilos gulosos, afoitos pela pompa e a apoteose do luxo. Jesus audaciosamente se punha a dizer: "aos pobres é anunciado o Reino Deus". Visto que a lógica de um reino (ainda mais o de Deus) não poderia começar por baixo, sem massagear o ego dos de cima, daqueles que conotativamente e denotativamente encontravam-se alojados na montanha (Sião), então deram-lhe um golpe aparentemente fatal, a mais humilhante e execrável execução, afim de definitivamente silenciar-lhe, pendurando-ô nu em uma cruz, como um insurreto. Contudo, até hoje, a sua voz de amor e por amor, ainda reverbera no Cosmo: "amai-vos!"
"A voz de Jesus é a voz dos aflitos!"

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