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A Maldade Humana


Somos levados a acreditar que a violência só acontece no
coração dos criminosos, dos terroristas, mas a maldade
pode estar em cada ser humano. 


Fará a maldade, parte da condição humana? Será a maldade um comportamento intencional realizado através de uma escolha consciente? Ou estará a maldade associada apenas a comportamentos patológicos. Comecemos por definir a maldade como um ato que se encontra fora da ética padrão de determinada sociedade, que envolve danos à saúde humana. 

Comecemos por definir a maldade como um ato que se encontra fora da ética padrão de determinada
sociedade, que envolve danos à saúde humana.  Filosofia de Vida Mencio Mong Tse (371 a.C. – 289
a.C), pensador chinês e seguidor de Confúcio, sustentava que “os seres humanos são naturalmente bons, agem dentro da moralidade, são dotados de compaixão e da capacidade de distinguir o bem do mal e, por isso, o mal é resultado de influências externas” Os atos de maldade são muito complexos podendo ser vários os fatores implicados, tais como biológicos, ambientais, genéticos, sociais e políticos. 



Poderemos diferenciar a maldade comum, da maldade patológica. Assim, as pessoas associadas à maldade comum apresentariam características como o narcisismo e egoísmo exacerbado, com tendência à vitimização, possuindo uma incrível preguiça para a escolha do bem, com uma grande capacidade de mentir, de esconder as suas intenções, de reverter situações e mascarar quadros, bem como uma preocupação com a aparência, inclusive do ponto de vista da legalidade. No caso da maldade patológica a grande diferença entre os psicopatas clássicos e a maldade comum seria o facto dos primeiros não sentirem culpa nos seus atos e desta forma não sentirem a necessidade de mentir ou de manter as aparências em níveis tão elevados de perfeição, ou seja a maldade comum seria um ato
consciente carregado de culpa.

Se pensarmos na maldade como um comportamento intencional no sentido de desumanizar prejudicar, destruir ou mesmo matar pessoas, poderemos questionar-nos se perante as condições favoráveis, poderíamos todos assumir esse comportamento. Então o que nos faz escolher entre o ato de maldade ou a escolha da não Maldade? Vivemos num mundo rodeado de violência. A mesma mente humana que cria as mais belas obras de arte e maravilhas da tecnologia extraordinária é igualmente responsável pela perversão de sua própria perfeição. 



Vivemos a dicotomia entre a escolha do bem e do mal, sendo estes dois conceitos aprendidos desde a infância e através dos valores passados através da educação e da própria sociedade. A verdade é que de uma forma consciente conseguimos diferenciar o bem do mal, uma pessoa boa de uma pessoa má, através da análise que realizamos avaliando comportamentos e atitudes. O funcionamento mental de uma pessoa tem uma natureza dialética, pois oscila entre as forças de construção e destruição. O conflito psíquico é inerente, daí a necessidade de desenvolver uma capacidade para administrar o conflito, e não extinguilo. Conseguimos adaptarmo-nos a qualquer circunstância conhecida ambiental, a fim de sobreviver, criar e destruir, se necessário. Não nascemos com tendências para o bem ou o mal, mas com modelos mentais para fazer a escolha entre um ou o outro. Pesquisas clássicas lideradas pelos psicólogos americanos Stanley Milgram e Philip Zimbardo mostraram que o mais pacato dos seres humanos poderia cometer atos terríveis se assim lhe fosse ordenado pelas autoridades, pois teríamos uma tendência inata à obediência e à submissão.



Contudo, um novo estudo mais recente realizado por Alex Haslam, psicólogo da Universidade de Queensland, na Austrália, refere que as pessoas que agem de forma violenta através da obediência e submissão não são apenas motivadas pela obediência cega, mas também demonstram entusiasmo ao realizar atrocidades. Pessoas capazes de cometer atos cruéis não são penas receptoras passivas de ordens; elas também se identificam com autoridades abusivas, e acreditam estar fazendo o correto mesmo quando são violentas. Deveremos acreditar no potencial humano para a transformação. A linha que separa o bem e o mal encontra-se no centro de cada coração humano, através de uma escolha consciente em cada ato na interação e relação com o outro. Somos todos humanos e fazemos parte um todo, só com este reconhecimento, poderemos com humildade reconhecer as nossas vulnerabilidades e assim desenvolver mecanismos para combater as transformações que nos fazem agir, como não humanos. 

“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.” 
Alber t Einstein 



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