O que a Historiografia diz sobre Jesus ...


 Breves Informações Historiográficas Sobre a Busca Pelo Jesus Histórico
Zwinglio Alves Rodrigues *


 Resumo: Este trabalho ocupa-se em apresentar uma concisa abordagem historiográfica relativa a chamada busca pelo Jesus Histórico. Esta tentativa consiste na distinção, ou pseudodistinção como preferem alguns, entre o Jesus da história e o Cristo da fé. Para a organização deste artigo valemo-nos de um levantamento bibliográfico.Introdutoriamente, apontamos o perigo em que se pode constituir o trabalho dos acadêmicos que radicalizam em suas pesquisas. Depois, apresentamos a seguinte divisão acadêmica que direciona esse empreendimento: antiga busca do Jesus Históriconova busca do Jesus Histórico e terceira busca do Jesus Histórico. Posteriormente, destacamos, também através de uma pequena exposição, a chamada crítica à busca e, por fim, tecemos as considerações finais.
Palavras-chave: Jesus Histórico. Cristo da Fé. Evangelhos.
Introdução
A busca pelo Jesus Histórico, um empreendimento acadêmico do período moderno, tenta apresentar um Jesus a partir do uso de instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica. Desde o século XVIII, o cristianismo e a figura de Jesus Cristo – sua identidade e significado – tem sido desafiados pelas incursões desta “busca”. Esta tentativa é perigosa, pois, caso a crítica moderna embrenhe-se por um caminho radical, o resultado será esse apresentado por Champlin:
Essa atividade, quando atinge proporções radicais, faz o Jesus teológico reduzir-se a uma investigação do cristianismo, além de assegurar-nos que essa atividade foi tão radical que nos é praticamente impossível descobrir como Jesus era, realmente, com base nos documentos bíblicos que atualmente possuímos. (2008, vol. 3, p.499)
Esse possível resultado destacado acima deixou a categoria das possibilidades para se tornar fato. Foram muitos os eruditos que radicalizaram na tarefa de despir os evangelhos do material teológico supostamente imposto por seus autores o que, como conseqüência, apresentou-nos diversas “vidas de Jesus” comprometidas com os pressupostos dos escrutinadores. Ou seja, como diz Blomberg (2009) citando Albert Schweitzer (1910), os estudiosos radicais recriaram Jesus à sua própria semelhança. William Lane Craig argumenta: “Quando se faz tal distinção (entre o Jesus da história e o Cristo da fé), não há limitação objetiva (ênfase nossa) sobre quem ou o que é o Cristo da fé.” (In: COPAN, 2012, p. 51)
Bom, o fato é que, incrivelmente, em pleno século XXI, Jesus de Nazaré ainda exerce uma atração nos corações de muitas pessoas por diversas razões.  Portanto, apenas devido a este axioma, justifica-se relembrar panoramicamente o percurso historiográfico da busca pelo Jesus Histórico mesmo sendo esta empreitada um universo de dificuldades conforme podemos compreender a partir das seguintes palavras de John P. Meier:
Não podemos conhecer o Jesus “real” através da pesquisa histórica [...] No entanto, podemos conhecer o “Jesus histórico” [...] o Jesus da história é uma abstração e constructo modernos [...] O Jesus histórico não é o Jesus real, e vice-versa [...] O Jesus histórico pode nos proporcionar fragmentos do indivíduo “real”, e nada mais. (1992, p. 35)
Então, para efetuarmos esse breve trajeto, dividiremos o núcleo desse artigo a partir dos períodos chamados de antiga busca do Jesus Históriconova busca do Jesus Histórico e terceira busca do Jesus Histórico. Em seguida, destacamos, através de uma pequena explanação, a chamada crítica à busca.
A Antiga Busca do Jesus Histórico
A antiga busca começou em sua forma clássica com Herman Samuel Reimarus (1694-1768). Reimarus era docente de línguas orientais de Hamburgo e foi durante sua vida um pioneiro literário da religião da razão do deísmo inglês. Ele foi o primeiro a desenvolver uma imagem de Jesus diferente da do Cristo apresentado nos Evangelhos. Esse crítico debruçou-se sobre os evangelhos na tentativa de distinguir o que Jesus teria realmente dito do material que os apóstolos escreveram subsequentemente. Ele submeteu a Bíblia aos padrões da crítica racionalista. Reimarus via Jesus como um revolucionário que falhou em sua tentativa de estabelecer um reino messiânico na Terra, ao passo que o Cristo não passava de uma projeção fictícia daqueles que teriam roubado o corpo de Jesus e que proclamavam fraudulentamente a sua ressurreição (BROWN 2004).
A obra de Reimarus, An Apology for the Rational Worshipper of God[1] não fora publicada. Porém, depois de sua morte, este texto caiu nas mãos de Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) que a publicou sem dizer o nome do autor. No conteúdo da obra havia um violento ataque à historicidade da ressurreição de Jesus (MCGRATH, 2007).
Depois de Reimarus vieram outros estudiosos importantes como David Friedrich Strauss (1808-1874) e Johannes von Weiss (1863-1914). Strauss falou muito sobre os evangelhos estarem eivados de mitos[2] e isso tornou-se bastante popular entre os teólogos liberais. Em sua compreensão, Jesus foi um Messias que errou ao acreditar que sua morte despertaria os acontecimentos que propiciariam o estabelecimento do reino judaico de Deus de modo terreno e literal. Weiss traçou o perfil de um Jesus escatológico divergindo assim de seus antecessores que concebiam um Jesus social. É com o trabalho de Weiss, Martin Kahler (1835-1912), William Wrede (1859-1906) e Albert Schweitzer (1875-1965), combinados, que a primeira investigação termina.
Kahler, em sua obra The So-Called Historical Jesus and the Historical Biblical Christ (O Chamado Jesus Histórico e o Cristo Bíblico Histórico) criticou vigorosamente o pressuposto fundamental de alguns estudiosos que afirmavam ser o Jesus Histórico, o Jesus real. Ele disse que o kerigma[3] cristão estava tão entretecido com a vida real de Jesus que era impossível determinar historicamente qualquer separação entre ambos (BLOMBERG, 2009). Para Kahler, o importante não é saber quem Cristo foi, mas aquilo que ele faz nos dias atuais pelos cristãos.
Wrede também defendia um entrelaçamento entre história e teologia nas narrativas dos evangelhos sinópticos que tornava impossível a separação dos mesmos. Para ele, o texto marcano é uma imposição teológica sobre as informações que ele dispunha e, o que pode ser genuíno não era suficiente para erigir um construto minucioso a respeito do Jesus da história.
Quanto a Schweitzer, ele concordava com Johannes Weiss sobre ser Jesus um proclamador escatológico do reino de Deus. Este iria agir sobrenaturalmente para trazer Seu reino a terra. Schweitzer argumentava que todo o conteúdo da mensagem de Jesus era sempre e inteiramente condicionado por idéias apocalípticas” (MCGRATH, p. 295, 2007). Aqui, Schweitzer se distancia de Weiss que apenas admitia como apocalíptica parte da prédica de Jesus.
 As grandes contribuições da antiga busca foram:
  • a diferenciação entre os sinóticos e João como fontes históricas;
  • a escolha de Marcos como o mais antigo evangelho;
  • o posicionamento de Jesus dentro do contexto escatológico da sua época.
É necessário ressaltar que Schweitzer, Kahler e Wrede estão imersos nesse debate sobre a velha busca como críticos à “busca”, conforme já indicado acima.
A Nova Busca do Jesus Histórico
Essa nova busca distingue-se da anterior. Ao passo que esta última trabalhava para desacreditar a imagem do Cristo do Novo Testamento, dado como uma figura mitológica, a primeira se preocupou em linkar a pregação de Jesus Cristo com a pregação dos primeiros cristãos sobre Jesus Cristo. De acordo com Blomberg (2009) é com Ernst Kasemann (1906-1998) que inaugura-se a nova busca. Em seu texto The Problem of the Historical (O Problema do Jesus Histórico) Kaseman argumenta ser possível reaver informações históricas, pois os evangelistas criam ter um material historicamente confiável a respeito de Jesus Cristo. Ele parte do critério de historicidade chamado dedessemelhança[4] para chegar aos informes históricos. Segundo McGrath, Kasemann “identificou a ligação existente entre o Jesus histórico e o Cristo kerigmático na declaração de ambos da vinda do reino escatológico de Deus. Tanto na pregação de Jesus quanto no kerigma cristão primitivo, o tema da vinda do reino é de suma importância.” (2007, p. 301)
A síntese do pensamento de Kasemann é a seguinte:
  • Os sinópticos são documentos teológicos;
  • Suas declarações teológicas são expressas dentro da forma histórica;
  • Os autores dos sinópticos acreditavam ter acesso a informações históricas sobre Jesus;
  • Há nos evangelhos sinópticos tanto a narrativa histórica como o kerygma.
Outros estudiosos como Joachim Jeremias (1900-1979) e Gunter Bornkamm (1905-1990) trataram do kerygma cristão primitivo a partir de posições distintas. A posição de Joachim Jeremias sugeria “que a base para a fé cristã se encontrava naquilo que Jesus havia dito e feito, na medida em que isso pode ser definido pela erudição teológica” (idem, p. 301). Bornkamm, embora afirmasse que os autores não foram instrumentos passivos (com isso ele quer dizer que os escritores foram também intérpretes) no desenvolvimento dos evangelhos e negasse a autoconsciência de Jesus quanto ao seu messianado, cria existir um conteúdo significativo de ensinos autenticamente pertencentes a Jesus, pois há um tom de autoridade nas palavras de dele que não podem ser produto da comunidade criativa.
Superada esta brevíssima trajetória relacionada a nova busca, entremos no período chamado de terceira busca.
Terceira Busca do Jesus Histórico
terceira busca iniciou-se nos anos 70 e perdura até os dias atuais.  Suas principais metas são:
  • Examinar fontes arqueológicas, históricas e textuais do primeiro século e aplicar os descobrimentos da sociologia e antropologia a estas fontes para tentar entender a Jesus;
  • Submeter a um exame rigoroso e à aplicação de critérios de historicidade com vistas à determinação da autenticidade de variegado dados dos evangelhos;
  • Enfatizar o judaísmo de Jesus e a necessidade de sua compreensão no contexto do primeiro século.
Eruditos como Alister Mcgrath afirmam que esse movimento é deficiente porque os estudiosos envolvidos com ele e suas respectivas obras não possuem elementos em comum em número suficiente para serem categorizados como terceira busca, ou seja, sua multiplicidade de hipóteses de trabalho depõe contra. No entanto, eles admitem que tal movimento tem recebido uma aceitação considerável e que o mesmo ainda receberá destaque nas discussões sobre esse assunto importante.
Alguns nomes de estudiosos de destaque desse movimento são: Burton L. Mack, Marcus L. Borg e John Dominic Crossan. Para esses teóricos – principalmente Crossan – o Jesus Cristo dos Evangelhos é um Jesus mítico. Destacamos o Dr. Crossan porque ele é o representante atual de mais notoriedade, nos meios acadêmicos, do chamadoJesus Seminar[5]. Para ele Jesus era um homem normal que foi mitologizado e divinizado, posteriormente, pelos evangelistas. Ele diz: “Isso tudo diz respeito à mitologia grega e à romana, e o que eu posso fazer? Devo acreditar em todas essas histórias, ou devo dizer que todas elas são mentiras, exceto a nossa história cristã?”[6] Os acadêmicos ligados ao Jesus Seminar provocam dizendo que os evangelhos apresentam o Cristo da Fé, um ser mítico, e, observar esta distinção é a primeira coluna da sabedoria acadêmica. Por outro lado, a abordagem utilizada pelos estudiosos doJesus Seminar para o estudo do Jesus Histórico tem sido duramente criticada juntamente com a crença deles de acharem que são representantes de um consenso acadêmico da crítica bíblica moderna.
Fazendo um percurso diferente dos estudiosos do Jesus Seminar, mas incluídos nestabusca”, temos importantes nomes como Geza Vermes, E. P. Sanders, John Paul Meier, Raymond E. Brown (1928-1998), Martin Hengel (1929-2009), Gerd Theissen, Richard Hosley, N. T. Wright, Ben Witherington e Elisabeth Schussler Fiorenza. As pesquisas sobre o Jesus Histórico nesses últimos anos têm recebido diferentes enfoques:sabedoria divinaJesus profeta do cumprimento das expectativas dos últimos tempos;estudos sobre o contexto histórico-social da Palestina do I séc. d.C. – a Galiléiaa guerra judaicao movimento de Jesus; as influências helênicas no movimento de Jesus;Jesus como um feminista à frente de seu tempo; messias marginalizado; homem santo e carismático, etc.
Vale destacar nesse instante as perspectivas messias marginalizado e sabedoria divina. A primeira trabalha com um Jesus marginalizado e executado pela sociedade. Devido a colisão com as autoridades por causa de seu discurso messiânico Jesus fora crucificado, afirmam proponentes desta perspectiva como N. T. Wright e John P. Meier. Um aspecto importante do trabalho desses estudiosos é que o material escrito pertencente aos evangelhos é considerado em sua maior parte autêntico (BLOMBERG 2009).
A segunda concepção, sabedoria divina, “vê Jesus como a encarnação da sabedoria divina, em continuidade ao crescente desenvolvimento no judaísmo da Sabedoria como uma personificação de Deus” (idem, p. 241). Nesse sentido, as declarações de Jesus são mais importantes que suas obras e seus relacionamentos.
A Crítica à Busca
Entre os anos de 1890 a 1910 a crítica à busca emergiu a partir do pensamento de importantes estudiosos como Martin Kahler (1835-1920), William Wrede (1859-1906) e Albert Schweitzer (1875-1965). Depois, temos o proeminente teólogo alemão Rudolf Bultmann (1884-1976) que considerava essa busca pelo Jesus Histórico um beco sem saída. Reveste-se de grande valor falarmos um pouco sobre Rudolf Bultmann e o seuafastamento da História.
Bultmann era cético quanto a possibilidade de alcançar o Jesus histórico por meio de métodos históricos. Ele também “estava convencido de que o erro destas tentativas anteriores (as buscas pelo Jesus histórico) estava intimamente conectado com suas pressuposições filosóficas, que as levaram a rejeitar a possibilidade de um evento salvador” (GONZALEZ, 2004, p. 450).
Para Bultmann
Jesus Cristo vem ao nosso encontro somente no kerigma, da mesma maneira como confrontou o próprio Paulo e o levou a tomar uma decisão. O kerigma não proclama verdades universais ou uma idéia eterna – seja ela uma idéia de Deus ou do redentor – mas um fato histórico… Portanto, o kerigma não é um veículo para idéias eternas nem o mediador de informações históricas; o fato de importância decisiva é este: o kerigma é o “que” de Cristo, seu “aqui e agora”, um “aqui e agora” que se torna presente no próprio discurso. (apud MCGRATH, 2007, p. 299)
Bom, é preciso explicar algumas coisas. Primeiro, Bultmann considera como fato histórico aquilo que ocorre dentro da história humana. Aqui encontramos a presença do existencialismo do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) que fora colega de Bultmann na Universidade de Marburg. De acordo com Gilbert Durand,
as idéias de Bultmann são típicas do círculo em que mergulha todo pensamento que busca um sentido enquanto se satisfaz em dar voltas lineares, prisioneiro da temporalidade histórica; em que a tradição passada remete à existência presente e vice-versa, indefinidamente. (1995, p. 233)
Segundo, a compreensão de Bultmann de que o kerygma não é mediador de informações históricas implica na admissão de que enxergar o que está por detrás dokerygma para reconstruir o Jesus histórico é um erro, pois esse procedimento leva ao não mais existente “Cristo segundo a carne” que em hipótese alguma é o Senhor, diferentemente do Jesus Cristo que é pregado. Dessa perspectiva bultmaniana, duas perguntas emergem:
  • Como era possível ter certeza de que a cristologia estava fundamentada corretamente na pessoa e obra de Jesus Cristo?
  • Como verificar a cristologia se a história de Jesus era irrelevante?
Conclusão
Em linhas gerais, pode-se dizer que a busca pelo Jesus histórico foi, e é, até certo ponto, baseada no racionalismo, no naturalismo e criticismo. Paul Tillich (1886-1965) crítica essas tentativas[7] de busca do Jesus Histórico nos seguintes termos:
Os que nos falam sobre Jesus de Nazaré são os mesmos que nos falam sobre Jesus como o Cristo, ou seja, as pessoas que o receberam como o Cristo. Portanto, se tentarmos encontrar o Jesus real que está por trás da imagem de Jesus como o Cristo, é necessário separar criticamente os elementos que pertencem ao lado factual do evento e os elementos que pertencem à recepção. Ao fazer isso, esboça-se uma “Vida de Jesus” – e fizeram-se muitos desses esboços. Em muitos deles colaboraram a honestidade científica, a devoção amorosa e o interesse teológico. Em outros são visíveis o distanciamento crítico e inclusive a rejeição malévola. Mas nenhum deles pode reivindicar ser uma imagem provável em que tenha desembocado o tremendo esforço científico dedicado a esta tarefa durante 200 anos. No máximo, eles são resultados mais ou menos prováveis, incapazes de fornecer uma base para a aceitação ou para rejeição da fé cristã. (2005, p. 396)
Na introdução deste artigo apontamos o problema da criação de muitos esboços a respeito da vida de Jesus que acaba envolvendo as pesquisas sobre o Jesus histórico. De acordo com estudiosos como Craig Evans, professor de Novo testamento e Diretor do programa de Graduação no Acadia Divinity College em Wolfville, Nova Scotia, muito do labor dos críticos tem produzido um “Jesus Fabricado”. Este é o título de um dos livros de Evans. Nesta direção do que estamos ressaltando agora, ele tece uma crítica violenta contra alguns estudos relacionados a busca do Jesus histórico nos seguintes termos:
O Jesus fabricado é um livro que examina com seriedade alguns dos estudos desleixados e das teorias equivocadas que tem sido apresentados em anos recentes. Fico consternado com muitos desses trabalhos. Alguns deles são, francamente, uma vergonha. (2009, p. 13)
Mesmo recordando-nos da linguagem de Meier (1992) que disse sobre o Jesus histórico não ser o Jesus real e o Jesus real não ser o Jesus histórico, desejamos salientar mais uma vez a importância da busca pelo Jesus histórico. Na introdução apresentamos como uma razão básica para tal empreendimento, o fascínio que Jesus de Nazaré ainda causa em homens e mulheres em pleno século XXI. Neste instante, oferecemos outra que é a lembrança sobre ser nossa fé não apenas uma vaga atitude existencial ou uma maneira de ser, mas que ela está vinculada a alguém especial cujas ações e palavras podem ser situadas num tempo e local da história humana (idem). O cristianismo não teme qualquer escrutínio que seja referente aos evangelhos canônicos. Apenas espera-se que a honestidade intelectual esteja na vanguarda das pesquisas acadêmicas.
Referências
BLOMBERG, Craig. Jesus e os Evangelhos: Uma introdução ao estudo dos 4 evangelhos. São Paulo: Vida Nova, 2009.
BROWN, Raymond. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004.
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, vol. 3, 9ª edição, 2008.
COPAN, Paul (ed.). O Jesus dos Evangelhos: Mito ou Realidade? São Paulo: Vida Nova, 2012.
DURAND, Gilbert. A Fé do Sapateiro. Brasília: Editora Universidade de Brasília, DF, 1995.
GONZALEZ, Justo L. Uma História do Pensamento Cristão. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
MCDOWELL, Josh. Evidência Que Exige um Veredito: Evidências Históricas da Fé Cristã. São Paulo: Candeia, 1997.
MCGRATH, Alister E. Teologia Histórica: uma introdução à História do pensamento cristão. São Paulo: Cultura Cristã, 2007.
MEIER, John P. Um Judeu Marginal: repensando o Jesus Histórico. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
TILLICH, Paul. História do Pensamento Cristão. São Paulo: ASTE, 2004.

* Pós-Graduado em Metodologia do Ensino Superior. Pós-Graduado em Ciências da Religião. Graduado em Pedagogia e Teologia.
[1] “Uma apologia em defesa do adorador racional de Deus”.
[2] “Ao usar o termo mito, Strauss quis dizer que os fatos registrados não haviam acontecido de verdade, mas representavam as crenças da igreja primitiva projetada retroativamente.” (COPAN, 2012, pp. 11-12)
[3] “(literalmente ‘proclamação’): a primitiva prédica cristã acerca de Jesus, como o Cristo (Messias), com o propósito de impelir os ouvintes a uma decisão de fé.” (MCDOWELL, 1997, p. 287)
[4] Este critério é também chamado de “da dissimilaridade, da originalidade ou da dupla irredutibilidade, se concentra nas palavras e atos de Jesus que não podem ser originários nem do judaísmo de seu tempo, nem da Igreja primitiva depois dele.” (MEIER, 1992, p. 174)
[5] O Jesus Seminar é uma coalisão internacional, centrada nos Estados Unidos, que reúne cerca de cem  eruditos e estudiosos da Bíblia. Em debates intensos, o Seminárioprocura atestar a veracidade do que foi escrito nos evangelhos neotestamentários a respeito da vida e das palavras de Jesus. O seu fundador foi o teólogo da Universidade de Montana Robert W. Funk em 1985. Hoje, o nome de destaque do Seminário de Jesus é o seu co-fundador e co-presidente John Dominic Crossan.
[6]Disponível em < http://www.icp.com.br/41materia1.asp > Acesso em: 18 de fevereiro de 2012.
[7] Mais precisamente em relação às duas primeiras buscas visto que quando surgiu a terceira ele já tinha falecido (1965). Porém, alguns estudiosos entendem que se ele tivesse vivo quando do surgimento da Terceira Busca seu ceticismo em relação à busca do Jesus histórico continuaria sendo o mesmo.

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