O fenômeno gospel, as igrejas e a Missão: tendências teológico-pastorais contemporâneas




Muitos estudos referentes à música na cultura religiosa cristã já foram realizados e constatam  que a origem dos cânticos litúrgicos é muito antiga e de que não é possível precisar quando foram introduzidos na Igreja Cristã. Por meio da música litúrgica, os cristãos buscaram comunicação com Deus, comunicação de Deus para com eles, comunicação entre eles e comunicação entre eles e os incrédulos.
Essa função social da música é analisada cientificamente como a criação de um estado de espírito definido, para que os adeptos atuem em consonância com esse estado de espírito. Nesse caso, ela procura produzir sentimentos e não expressá-los. Aqui é possível afirmar que o “conteúdo” desse tipo de música está não apenas nela própria mas fora: é a síntese dos sons que se movem com os ouvintes/cantantes que se movem.
Para referendar essa noção, estudiosos relatam que, nos primórdios de sua criação, a música servia para colocar as pessoas em um estado diferente e não para simplesmente refletir os fenômenos do mundo exterior. Eram sons organizados para produzir efeitos sobre as pessoas, produzir emoções coletivas, “igualar emocionalmente as pessoas” por um certo período de tempo.
Estudos no campo da sociologia e da psicologia que indicam que a música tem influência sobre indivíduos e seus corpos, no plano físico e das emoções, e no grupo social. Acordes, ritmos, tonalidades, intensidades têm efeito direto sobre células e órgãos e indireto sobre as emoções, que, por sua vez, influem em numerosos processos corporais.[1] As pessoas se interessam em ouvir música, em primeiro lugar, porque ela as faz sentir alguma coisa. Este sentir está diretamente relacionado não só ao ouvir mas também ao compor e ao executar  a obra musical. A natureza de uma música está vinculada ao estado mental e emocional do compositor e/ou do executante.
No plano coletivo, dos grupos sociais, “ao codificar esta ou aquela visão do mundo, a música, até certo ponto, deve estar meramente reagindo à cultura dentro da qual já se encontra”.[2] De acordo com essa corrente de pensamento, deve-se, portanto, afirmar que a música é um fenômeno de natureza social. Apesar de ela resultar da organização de sons, reconhece-se que a própria organização desses sons corresponde à organização da sociedade no período histórico relacionado.[3]
O contexto em que a música cristã contemporânea se desenvolve na América Latina
Na contemporaneidade, é possível observar que a música cristã em evidência, fruto da ação das mídias religiosas, traduz essas concepções: reflete o período histórico vivido, marcado pela predominância das cultura do consumo e da mídia e pela predominância dos movimentos avivalistas em todas as denominações cristãs, cuja principal característica é uma forte ênfase na emoção.
Entenda-se por cultura do mercado o modo de vida determinado pelo consumo, conforme o pensamento desenvolvido por  Renato Ortiz: "O consumo se desvenda, assim, como uma instituição formadora de valores e orientadora de conduta.(...) O espaço do mercado e do consumo tornam-se, assim, lugares nos quais são engendrados e partilhados padrões de cultura”[4]. A cultura do mercado é baseada na oportunidade de participação em um sistema de gratificação comercial e inserção na modernidade[5], oferecida a todas as pessoas, desde que tenham possibilidade de adquirir um conjunto de bens e serviços que lhes são oferecidos. Participar do sistema e obter satisfação são alvos de um modo de vida cuja ação central é o consumo.
Entenda-se por cultura midiática o novo quadro das interações sociais, uma nova forma de estruturação das práticas sociais, marcada pela existência dos meios. É produto da midiatização da sociedade, ou seja, a reconfiguração do processo coletivo de produção de significados por meio do qual grupo social se compreende, se comunica, se reproduz e se transforma, a partir das novas tecnologias e meios de produção e transmissão de informação. Essa cultura se expressa por meio de imagens, de sons, de espetáculos, de informações, que mediam a construção do tecido social, ocupando o tempo de lazer das pessoas, fornecendo opiniões políticas, oferecendo formas de comportamento social. É uma cultura da imagem que explora a visão e a audição e com isso trabalha com idéias, sentimentos e emoções. Para isso a cultura midiática é uma cultura de alta de tecnologia, o que a torna um setor  dos mais lucrativos na economia global. Além disso, a cultura da mídia é parte do mercado, isto é, trabalha como uma indústria que precisa produzir em massa para servir ao mercado em expansão. [6]
Nesse contexto sociopolítico e econômico, o campo religioso latino-americano experimenta o fenômeno do crescimento dos movimentos pentecostais. Surge um sem-número de igrejas autônomas, organizadas em torno de líderes, baseadas nas propostas de cura, de exorcismo e de prosperidade sem enfatizar a necessidade de restrições de cunho moral e cultural para se alcançar a bênção divina. Baseiam-se também no reprocessamento de traços da religiosidade popular, da valorização da utilização de símbolos e de representações icônicas. Há ainda um tipo de pentecostalismo mais recente ainda que privilegia a busca de adeptos da classe média e de faixa etária jovem e a música como recurso de comunicação. É formado pelas “Comunidades”, pelos “Ministérios” e outras igrejas independentes. Essa presença dos novos movimentos é percebida no continente principalmente de duas formas: um alto investimento em espaços na mídia e participação política partidária com busca de cargos no Poder Público.
O crescimento pentecostal passou a exercer uma influência decisiva sobre o modo de ser das demais igrejas cristãs. Para os evangélicos, ele provocou incômodo em relação a um aspecto que marcou as igrejas históricas – a estagnação e o não-crescimento numérico significativo – e promoveu uma espécie de motivação para a concorrência e busca do aumento do número de adeptos. Para os católico-romanos, representou uma ameaça, já que os seus fiéis são alvo do proselitismo pentecostal, o que se manifestou na forma de um declínio numérico. A influência se concretizou de maneira especial no reforço aos grupos chamados “avivalistas” ou “de renovação carismática”, que possuem  similaridade de propostas e posturas com os  pentecostalismos e passaram a conquistar espaços importantes na prática religiosa das igrejas chamadas históricas para que elas recuperassem ou alcançassem algum crescimento numérico[7].
Paralelamente, ganham espaço no continente duas correntes religiosas denominadas “Teologia da Prosperidade” e “Guerra Espiritual” , estreitamente relacionadas à nova ordem mundial. Na lógica de exclusão que caracteriza o capitalismo globalizado, essas correntes pregam a inclusão social com promessas de prosperidade material ("Vida na Bênção"), condicionada à fidelidade material e espiritual a Deus. Na mesma direção, prega-se que é necessário “destruir o mal” que impede que a sociedade alcance as bênçãos da prosperidade. Por isso, os “filhos do Rei” devem invocar todo o poder que lhes é de direito para estabelecer uma guerra contra as “potestades do mal”.
A pregação sobre o direito a reinar com Deus e desfrutar das suas riquezas e do seu poder parece responder à necessidade de aumento da auto-estima dos membros das igrejas históricas, inferiorizados pelo crescimento pentecostal e vitimados pelas políticas excludentes do capitalismo globalizado implantadas no continente. Por outro lado, a “confissão positiva” carrega elementos da religiosidade popular: concebem-se pobreza, doença, as agruras da vida, qualquer sofrimento do cristão como resultado de um fracasso – concretização da falta de fé ou de vida em pecado. Individualismo e competição também se tornam palavras de ordem, no que diz respeito a pessoas ou a grupos.
É nesse contexto que se desenvolve um forte mercado religioso cristão. Esse mercado, ao longo dos anos de presença cristã no Brasil, já era forte no campo editorial, mas sua expansão deu-se, principalmente a partir do final dos anos 80 do século XX, por meio do mercado fonográfico, estimulado pelo “movimento gospel”.
O movimento gospel
Gospel é, no continente latino-americano, o termo de classificação de um gênero musical que combina formas musicais seculares (em especial as populares) com conteúdo religioso cristão. A palavra movimento justifica-se, de acordo com vários analistas e entusiastas do processo, pelas novas práticas desencadeadas a partir da profissionalização de músicos, cantores e grupos musicais cristãos ocorrida no período, aliada ao desenvolvimento da mídia religiosa, ambos fundamentados numa teologia que enfatiza o valor superior do louvor e da adoração no culto.[8]
No mundo evangélico, um número expressivo de cantores há algumas décadas comercializavam seus discos, a maioria com produção independente. No entanto, com o incentivo do mercado, teve início uma proliferação de cantores, agora com uma nova característica: passam a ser profissionais da música com a realização de espetáculos para promover seu trabalho (inclusive em casas de espetáculos populares) e cobrança direta ou indireta de cachês para apresentação em igrejas e eventos de massa. Foi esse mercado fonográfico que impulsionou nos anos de 1980 o sucesso das rádios com 100% de programação religiosa, com significativo alcance nas áreas metropolitanas.
A partir daí foram surgindo as estrelas gospel; dentre elas destacam-se o mexicano Marcos Witt e a brasileira Aline Barros, ambos ganhadores do Premio Grammy, na categoria Música Cristã. O mercado gospel da música também tem atraído artistas da esfera secular que se encontram em declínio no mercado fonográfico dominante.
Nessa conjuntura, soma-se o considerável aumento do número de produtos gospel e a transformação dos cristãos em um segmento de mercado. Por isso tornou-se possível encontrar produtos os mais variados, como roupas, cosméticos, doces, com marcas formadas por slogans de apelo religioso, versículos bíblicos ou, simplesmente, o nome de Jesus.
Os grandes magazines e as empresas também descobriram os consumidores cristãos. Se, no passado, para um adepto ou simpatizante buscar artigos cristãos, como camisetas, discos ou livros, o caminho era procurar as lojas especializadas; hoje ele pode ir a qualquer grande magazine ou rede de supermercados para encontrá-los. Produtos são criados para “atrair” os consumidores cristãos. Importa também destacar que o mercado gospel passa a representar uma fonte alternativa de renda e de trabalho para o crescente número de desempregados vinculados às igrejas.
Música nas igrejas: quadro resultante  da contemporaneidade[9]
Todo este processo experimentado de forma variada e diversa nas diferentes comunidades e tradições confessionais, mas que tem como núcleo comum as características acima descritas, indica algumas tendências que dão forma ao desenvolvimento da música cristã contemporâneas, listadas a seguir:
a valorização de ritmos populares como nunca antes realizado nas comunidades e a sua inserção no culto;
a valorização da expressão corporal como nunca antes realizada nas comunidades e a sua inserção no culto;
a ênfase no “modernismo” e no “midiático”, que conectam as comunidades com o tempo presente, mas ao mesmo tempo geram desprezo da produção da tradição musical cristã e dos movimentos musicais não-gospel. Com isso canta-se apenas ou predominantemente o que a mídia coloca em evidência;
a padronização de práticas, estabelecida pelos modelos disseminados pela mídia religiosa e a conseqüente perda da espontaneidade na expressão cúltica;
a criação de dependência da eletrônica – das aparelhagens sonoras e de projeção;
a música e músicos/cantores passam a ser doutrinadores das comunidades com base na teologia gospel predominante;
a construção de uma nova concepção  do culto: o momento de louvor é interpretado como “momento especial”, destacado e independente dos outros momentos, por vezes torna-se “culto dentro do culto”, contendo todos os elementos praticados nos demais espaços do culto (orações, leituras bíblicas e até pregação da Palavra próprias);
o revigoramento do dualismo protestante igreja vs. mundo e, conseqüentemente, das fronteiras sagrado vs. profano com a revitalização da divisão “música da igreja vs. música do mundo”.
 
Neste quadro, a partir de estudos sobre a forma de relacionamento entre artistas e ministérios de louvor e adoração com os consumidores de música cristã e de uma análise do discurso contido nas músicas em maior evidência, é possível compreender a teologia que é ensina por meio da música cristã contemporânea. Alguns pontos a seguir sumarizam a ênfase teológica observada.
No passado havia a predominância da perspectiva individualista (temas do “eu” com Deus expressos nas canções congregacionais na primeira pessoa do singular), do convite à conversão (a imagem do que se era antes de “aceitar a Cristo” e o depois) e no futuro fora da terra (imagem do céu e suas promessas); dificuldades e sofrimentos do presente compensadas no  futuro. Hoje está mantida a predominância do individualismo, porém reforçado com ênfase no aqui e agora: expressa-se mais fortemente o que eu posso com Deus, com força nos temas do poder e da vitória frente às dificuldades e à rejeição ao sofrimento (descabido para quem crê).
Isto diz respeito às ênfases dos discursos presentes nos momentos do culto religioso evangélico que passam a ser as da Teologia da Prosperidade e da Guerra Espiritual. Essas teologias são alimentadas por uma linguagem que reprocessa formas teológicas que  relacionam Deus a imagens da monarquia.
Quem é Deus e Jesus na maioria das canções? A maior parte das expressões trazem imagens da teofania monárquia do Antigo Testamento: Deus e Jesus são intensamente relacionados a imagens de reinado, de majestade, de glória, de domínio, de poder, de trono. Nesta linha de valorização de uma teofania da Antiga Aliança, ganha novo sentido a figura dos levitas (passam a ser destacados e traduzidos na contemporaneidade como “os ministros de louvor”, terminologia assumida nas comunidades), a noção de pureza e de acesso a Deus (retoma-se imagens como a dos “santo dos santos”, da “unção” e das condições de acesso a Deus).
A teologia da tradição monárquica de Jerusalém parece ser a referência bíblica mais apropriada para justificar as teologias da prosperidade e da guerra espiritual, como no exemplo a seguir:
     Nossa guerra não é carnal como também não o são nossas armas. Aqueles que pregam, erroneamente, sobre a teologia da libertação, o fazem sem um verdadeiro embasamento bíblico. (...) Ao cantarmos, falarmos ou declararmos louvores ao Senhor, expressamos, para as forças contrárias, as verdades que se encontram na Palavra. Estamos assim apontando mísseis e bombardeando o reino de nosso inimigo, lembrando-lhe que Jesus já triunfou sobre ele e que podemos exultar com a vitória dele. Não que o cântico em si tenha poder, já que ele é somente portador de algo que é muito mais poderoso, ou seja, a declaração da Palavra de Deus de que “Jesus Cristo é Rei”. (...)
Meu irmão, na próxima vez que for a um culto ou reunião, quando estiver louvando ao Senhor, lembre-se desse princípio para que seu louvor tome nova perspectiva e enfoque. Pense: “Ao cantar e louvar, entregando meu coração e minha vida ao Senhor, estou derrotando ainda mais o reino de Satanás. (...) É por isso que o diabo não gosta de adoradores, como também não quer que haja muitos, já que eles estão lhe causando uma destruição enorme.[10]
No momento em que a lógica do capitalismo globalizado – caracterizada pelo permanente consumo de bens materiais (posse), pelos ideais da eficiência e do sucesso e pela conseqüente competição – prevalece como ordenadora da sociedade contemporânea, a cultura gospel revela-se sua extensão, ou seja, uma expressão cultural desse capitalismo em versão religiosa. Isto não ocorre somente por meio do culto e dos discursos veiculados pela mídia. Outros elementos, que caracterizam a cultura gospel, a descrevem em termos de um universo econômico-religioso, como o consumo e o entretenimento.
Resulta desta ênfase teológica: (a) um enfraquecimento do conteúdo do Novo Testamento, em especial dos evangelhos e da perspectiva do serviço e da misericórdia; (b) o estabelecimento de uma hierarquia de ministérios – há maior destaque aos levitas – observado no lugar que ocupam no espaço cúltico – nasce a lógica “quem canta e toca é ministro/a e ministra canções; quem realiza outras atividades de serviço, raramente é assim apresentado e destacado.
Que caminho seguir?
Com base nestes pressupostos, uma proposta que aqui se coloca como contribuição ao desenvolvimento de uma prática musical coerente e comprometida com o Evangelho nas igrejas locais é a necessidade de uma ação pedagógica da parte de lideranças clérigas e leigas. Torna-se fundamental para as igrejas que essas lideranças assumam seu papel docente, educativo para:
Orientação para o sentido do culto e o lugar da música no culto. O que significa cultuar a Deus? O que significa a igreja reunida no templo para celebrar? Se o culto é para Deus e é um serviço, quais são os papéis a serem desempenhados pelo pastor? pelos músicos? pelos demais participantes do culto? Esta orientação deve ser oferecida para toda a igreja;
Orientação para o lugar da música nos diferentes momentos do culto com coerência temática: louvor e ação de graças, confissão, lamentação e dedicação – como a tradição cristã ensina o que é cantar ao Senhor;
Orientação para a ação dos músicos (ministros de música) como serviço e não como protagonistas do que se experimenta no culto;
Orientação para a seleção das músicas a fim de se garantir coerência teológico-doutrinária;
Orientação para o equilíbrio de gêneros: canções gospel + canções da tradição + canções alternativas não-gospel;
Estímulo à produção musical própria da comunidade, que relacione a música à sua realidade;
Estímulo à pesquisa: trazer o que outros grupos, de outra realidade, desconhecidos de nós, têm desenvolvido. Vale lembrar que Charles Wesley enfatizava o culto universal;
Educar para o uso da eletrônica. É instrumento de serviço e não protagonista/condutora de processos. Por exemplo, instrumentos e aparelhagem de som não podem “abafar” as vozes da comunidade;  o canto congregacional deve ser vivido;
Orientação teológico-doutrinária: quem é o Deus que devemos cantar e testemunhar por meio das canções de cantamos? 
As músicas que cantamos expressam nossas alegrias, tristezas, lutas e sonhos? Expressam o desejo de Deus de restaurar a sua Criação? Expressam nosso compromisso com este desejo no serviço que prestamos como mordomos da Criação?
A prática educativa da comunidade certamente será instrumento eficaz para garantir coerência, qualidade e compromisso nos momentos musicais que experimenta, sem desprezar ou desqualificar as novidades, mas sim, como diz o apóstolo Paulo “retendo o que é bom”.

Magali do Nascimento Cunha é leiga metodista, jornalista,
professora da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista
no Brasil/Universidade Metodista de São Paulo.

[1] TAME, David. O poder oculto da música. São Paulo: Cultrix, 1984. p. 146-152.
[2] Id.ibid. p. 174.
[3] FISCHER, Ernst. A necessidade da Arte. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. p. 215. Esta idéia é também trabalhada por SCHURMANN, Ernest F. A música como linguagem. Uma abordagem histórica. 2. ed. São Paulo: Brasiliense/CNPQ, 1990.
[4] Um outro território. Ensaios sobre a mundialização. São Paulo: Olho Dágua. s.d. p. 121
[5] O termo modernidade é aqui utilizado em sua forma pejorativa, que significa adaptação aos novos tempos, ou “ligeireza, preocupação com a moda, tendência para abandonar-se sem juízo nem inteligência do passado, às impressões do momento”. Lalande, André. Vocabulário Teórico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 693. [Verbete: Moderno].
[6] Abordagens sobre esta noção podem ser encontradas em: Mata, Maria Cristina. De la cultura masiva a la cultura mediatica. Dialogos de la comunicación. Lima: Federación Latinoamericana de Facultades de Comunicación y Cultura, n. 56, out. 99. p. 80-91; de Bisbal, Marcelino. Comunicación y cultura: para pensar el massmediatico. Estudios venezoelanos de comunicación.Caracas: Centro Gumilla, n. 92, 4o. trim 95. p. 45-55; e Kellner, Douglas. A cultura da mídia. Estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: EDUSC, 2001.
[7] Além da Igreja Católica Romana, inclua-se entre os grupos aqui chamados históricos ou tradicionais, as Igrejas Evangélicas originadas da Reforma do século XVI, que se instalaram para no continente em épocas diferentes da história recente, por meio do trabalho missionário ou da imigração. As principais são as igrejas Adventista, Anglicana, Batista, Episcopal, Luterana, Menonita, Metodista,  Valdense, Reformadas (Presbiterianas, Congregacionais, outras) –,
[8] Este trabalho enfatiza este fenômeno no campo das igrejas evangélicas, mas vale registrar que a Igreja Católica Romana experimenta similar processo, muito em virtude do crescimento do movimento carismático em seus arraiais. A escalada dos padres midiáticos e sua produção fonográfica, e a presença maior nos canais de TV UHF, têm sido alvo de vários estudos no campo da comunicação e da sociologia da religião.
[9] Uma análise mais aprofundada deste quadro e das tendências indicadas a seguir pode ser encontrada em CUNHA, Magali do Nascimento. A Explosão Gospel. Um olhar das ciências humanas sobre o cenário evangélico no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad/Instituto Misterium, 2007.
[10] WITT, Marcos. Adoremos. Belo Horizonte: Betânia, 2001. p. 36-38, 41.

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