O público se amontoava em frente
ao palco, frenéticos olhavam para cima aguardando o por vir. Alguns bem
alterados. Químicos ambulantes gesticulavam em coro uníssono, embalados pelo
ritmo do DJ. – how how, how how . No
camarim em ponto estratégico, atrás do palco, meninas de calça jeans bem
apertadas, rostos pintados e cabelos penteados. Lotou o corredor, bem dispostas
como no harém de Salomão, de todos os tipos: cores, cheiros, curvas e tamanhos,
prontas a realizar os desejos mais íntimos dos artistas que estavam num côncavo
guardado por dois seguranças (...)
O DJ soltou uma balada tão enérgica que a multidão bradou como num rito
aos deuses! Eu olhei pelo viés da estrutura quando vi centenas de milhares de
jovens e pensei: Mano, “estou no topo do Everest, essas cabeças representam a
minha grande jornada” olhei no relógio, o ponteiro gravou nos minutos 25 as
retinas inclinaram para cima 1. Uma e vinte e cinco da madrugada, voltei para
junto da banda.
O mestre de cerimônia vociferou:
Daqui a cinco minutos os loucos; um dos melhores grupos de Rap da Zona Sul de
São Paulo, Conceito Moral. Passei a mão na careca espalhando o suor do intenso
calor. Na entrada do palco quatro jovens aguardando a chamada com o microfone
em riste .
Continua ...
Comentários