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Ferréz escreve novo romance

Paz e vitoria!






O escritor e amigo Ferréz já está escrevendo um novo romance .

Sua ficha criminal é extensa. De dois anos pra cá já lançou dois livros: Amanhecer Esmeralda e Ninguém é inocente em São Paulo. Sempre trabalhando lançou a coletânea 1dasul, com músicas inéditas dos Grupos À família Realidade Cruel entre outros. Colocou nas bancas o quadrinho "os inimigos não levam flores" c/ Alexandre de Maio. Terminou o CD do grupo TreF c/ Mauricio (DTS) e pra finalizar em breve sairá a revista em quadrinho mil fita.


Segue abaixo Trecho

novo romance (sem título)

As coisas se mexiam, balançavam interminavelmente, foi quando percebeu seu cadarço desamarrado, pensou em se abaixar, mas as coisas a sua volta não paravam de balançar, tudo se movimentava, o leve inclinar do queixo já lhe dava outra visão, o ato de andar era pela primeira vez percebido dessa forma, tudo ganhava outro ritmo.Começou a reparar os sacos de lixos em cada esquina, próximo aos postes, postes que eram as árvores modernas, sacos de lixos que podiam tomar o lugar das flores na nova paisagem, pensava nisso, o homem criou a cidade, e a cidade criou o novo homem.Datas, dias, minutos e segundos, atrasos, interesses, ganhos e perdas, a vida era assim agora, ele sorriu levemente, o homem é o único ser capaz de fazer uma armadilha para ele mesmo.Carros, apartamentos, pequenos bares, shoppings, tudo congestionado, tudo limitado, emparedado, fechado.A sensação de sair dessas coisas era indescritível, se fosse uma pena por assalto ou homicídio, tanto fazia, prisão ou um shopping center? Não precisava olhar tudo para saber o que existia realmente, mas por mais que olhasse não saberia dizer o que era a verdade.O sorriso acabou, os lábios secos desabaram quando a mandíbula deixou a gravidade exercer sua força. Não era alegre, era triste, tudo muito triste, parecido com a fortaleza da solidão, onde até o homem mais forte do mundo procurava abrigo.E assim Calixto ia para o frio como quem vai para um templo de almas perdidas.As coisas se mexiam, ele sabia que ultimamente em sua vida estava tudo muito parado, mas quando andava as coisas se mexiam, as ruas inclinavam, os carros tremiam e as pessoas balançavam. Pensou no álcool e sempre entendeu o jeito que se dá na realidade, tanto faz o tipo de escape, de bebidas ao famoso tarja preta, a solução era só uma, quem sair por ultimo apague o sol.Pensou em puxar a corda, talvez uma corda imaginária do lado esquerdo do seu corpo, na altura de sua cabeça, talvez até um pouco mais alta, assim subindo uns dez centímetros, para que seu braço chegue a subir mais um pouco, uma corda que disparasse um sinal, o motorista diria: - alguém vai descer?E ele responderia que sim, talvez estivesse cansado dessa vida, talvez descesse do mundo, era isso, ele responderia. – motorista, pare a vida que eu quero descer do mundo.Droga, da casa estava se aproximando, pensou em continuar andando, não queria que as coisas parassem de novo, mas as pernas doíam, as solas dos pés reclamavam, não podia continuar por muito tempo.O portão chegou e quase bateu no seu peito, os vizinhos o olhavam, sempre olhavam. Mãos nos dois bolsos, sempre tentando lembrar onde estava a maldita chave, achou, enfiou na fechadura e destrancou, deu o primeiro passo, o pensamento na ligação, na quantidade de créditos que ainda tinha naquele cartão, tinha que ligar, não podia deixar.Pensou em sair, mas já andara demais, estava na hora de ficar em casa, só assim não seria a maquiagem da mulher vaidosa, o tanto de lápis, rouge, só elas sabem, não seria os transeuntes passando rapidamente, esbarrando, prometeu não sair tão desprotegido, afinal eles acham sempre que sabem algo quando o vêem, mas a profundidade do que ele mostra só ele controla.No olho a olho os curiosos não passariam de três centímetros da primeira camada, o resto esta protegido, muito bem guardado, controlado como sempre deveria ter sido.


foto: Frederic Gailard

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